Cientistas norte-americanos chegaram à conclusão de que a epidemia do coronavírus poderia ter ocorrido em Wuhan, na China, ainda no terceiro trimestre de 2019, conforme informa o canal ABC News.
O grupo de pesquisadores, liderados por John Brownstein da Escola de Medicina de Harvard, acompanhou por imagens de satélites a dinâmica de ocupação dos maiores hospitais de Wuhan ao longo dos últimos dois anos.
Segundo o médico comentou ao canal, o aumento da circulação de carros "coincide com" o aumento de pesquisas na Internet da China sobre "certos sintomas que posteriormente seriam determinados como fortemente associados ao novo coronavírus".
Ainda que Brownstein reconheça que esta evidência é circunstancial, o médico afirmou que o estudo provê uma importante nova fonte de informações sobre a origem misteriosa da COVID-19.
Imagens de satélite sugerem que o coronavírus atingiu a China antes, segundo pesquisadores
Uma equipe liderada por John Brownstein da Escola Médica de Harvard "observou um aumento dramático da tragédia na frente dos cinco maiores hospitais de Wuhan no fim do verão e começo do outono de 2019"
Em 10 de outubro de 2018, havia 171 carros estacionados no Hospital Tianyou de Wuhan, um dos maiores da cidade. Um ano depois, satélites registraram 285 carros - um aumento de 67%, conforme as imagens analisadas pelos pesquisadores e demonstradas pelo canal norte-americano.
Outros hospitais demonstraram um aumento de 90% em comparação ao mesmo período de 2018, revela o estudo. Na Universidade Médica Tongji de Wuhan, o aumento ocorreu no meio de setembro do ano passado.
Brownstein e sua equipe, que inclui pesquisadores da Universidade de Boston e Hospital Infantil de Boston, onde o médico é diretor de inovação, passaram mais de um mês tentando encontrar sinais de quando a província de Hubei começou a enfrentar a proliferação do vírus.
"Neste caso específico, dados sobre eventos como o aumento de tráfego em hospitais poderia servir como indicadores prévios de perturbações sociais resultantes de doenças. Imagens de alta resolução de satélites podem ser extremamente úteis para compreender a proliferação de doenças e implementação de medidas de controle", avaliou a epidemiologista Anne Rimoin, diretora do Centro para Saúde Imigrante e Global da Universidade da Califórnia de Los Angeles (UCLA, na sigla em inglês), nos Estados Unidos.
Desde o começo da pandemia na China, o coronavírus se espalhou pelo mundo, infectando mais de sete milhões de pessoas em todo o mundo, além de deixar até então mais de 400 mil mortos, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.