O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu prometeu estender a soberania aos assentamentos judeus e ao Vale do Jordão, na Cisjordânia, território que Israel conquistou na guerra do Oriente Médio em 1967 e que os palestinos buscam para um futuro Estado.
O novo governo de Netanyahu deve começar a discutir a anexação de fato em 1º de julho, mas não está claro se o principal aliado de Israel, os Estados Unidos, deve dar o sinal verde.
Os palestinos rejeitaram o plano de paz do presidente dos EUA, Donald Trump, anunciado em janeiro, sob o qual a maioria dos assentamentos que Israel construiu seria incorporada ao "território israelense contíguo".
Em uma entrevista coletiva, Shtayyeh afirmou que a anexação acabaria com qualquer possibilidade de paz com Israel e corroeria "o consenso palestino, regional e internacional" em uma solução de dois Estados. Ele disse que Israel agora deve "sentir o calor da pressão internacional".
Shtayyeh destacou que os Estados europeus estão debatendo "sanções a Israel e congelando acordos de associação, bem como cancelando alguns programas de pesquisa" e "reconhecendo a Palestina" como um Estado na Cisjordânia e Gaza.
Contestação inevitável
A maioria dos países vê os assentamentos de Israel em terras ocupadas como ilegais. Israel contesta isso. Os palestinos agora exercem um autogoverno limitado em partes da Cisjordânia, enquanto o grupo islâmico palestino Hamas domina a pequena Gaza.
Mas Shtayyeh explicou que a tomada de decisões por consenso da União Europeia (UE), de 27 países, é "um pouco complicada", e um ou dois países não estão alinhados com os outros sobre o assunto.
Um porta-voz da UE em Jerusalém se recusou a comentar as palavras de Shtayyeh, mas apontou para uma declaração anterior do chefe de Política Externa da UE, Josep Borrell, que afirmava que a anexação "se implementada não poderia passar sem contestação".
Shtayyeh disse que os palestinos apresentaram uma contraproposta de quatro páginas e meia ao plano de Trump ao mediador do Quarteto do Oriente Médio - Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas.
A proposta incluía um Estado palestino desmilitarizado com "pequenas modificações nas fronteiras sempre que necessário" e trocas de terras iguais "em tamanho, volume e valor - um a um", acrescentou Shtayyeh.
Os palestinos declararam nulos os acordos com Israel em protesto contra a anexação. Shtayyeh afirmou que a rejeição de seu governo aos impostos cobrados por Israel em seu nome significa que os salários não serão pagos a cerca de 130 mil funcionários públicos.