A parte norte da Grande Muralha da China, chamada de Linha do Norte, não foi construída para defesa contra o exército do conquistador mongol Gengis Khan, mas sim para monitorizar e regular o movimento de pessoas e rebanhos, de acordo com um estudo conduzido nos dois últimos anos pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Israel, e publicado na terça-feira (9).
De acordo com o arqueólogo Shelach-Lavi, esta secção da muralha tem recebido pouca atenção dos cientistas.
A Linha do Norte, com uma extensão de 740 quilômetros, foi construída entre os séculos XI e XIII, abrangendo territórios atuais da China, Rússia e Mongólia. O imperador mongol reinou entre os anos 1206 e 1227.
Após examinar a Linha do Norte com o uso de drones, imagens de satélite de alta qualidade e ferramentas arqueológicas tradicionais, os pesquisadores chegaram à conclusão que a muralha devia ter tido funções não militares, devido a ser relativamente baixa (dois metros de altura) e estar localizada próxima de estradas, segundo o portal Science Alert.
"Nossa conclusão é que se tratava mais de monitorar ou bloquear a movimentação de pessoas e rebanhos, talvez para taxá-los", disse Shelach-Lavi.
O arqueólogo israelense sugeriu que sua construção poderia ter estado relacionada com as migrações de norte para sul quando o tempo ficou mais frio na Idade Média.