Quando solicitado a comentar os números de fatalidades pela COVID-19 na Rússia, o funcionário da organização demonstrou ter desconfiança a respeito dos dados conhecidos até o momento.
"A baixa taxa de mortalidade [na Rússia] é difícil de entender no contexto da população e dos sistemas de saúde em toda a região europeia, sendo bastante semelhante em termos de sofisticação e disponibilidade. O perfil etário das pessoas na Rússia não é muito diferente do de outras nações, assim como o perfil de pessoas com condições pré-existentes", afirmou Ryan em entrevista coletiva.
Oficialmente, a Rússia é o terceiro país com mais infectados pelo novo coronavírus no mundo, com 493.023 casos confirmados, atrás apenas de Estados Unidos (1.988.491) e Brasil (739.503), segundo dados da Universidade Johns Hopkins. O que chama a atenção da comunidade internacional é o baixo número de mortes – 6.358 mortes –, considerando o alto número de infecções.
Para Ryan, é preciso que as autoridades russas confirmem novamente os seus parâmetros para determinar mortes pela COVID-19, e que tais métodos, associados à testagem de pessoas no país, podem ajudar a explicar o que poderia ser visto como uma discrepância suspeita.
"Mas certamente é possível que seja a maneira pela qual os médicos estão codificando ou classificando as mortes. Não acho que isso tenha sido feito de maneira negativa, não de maneira sistemática. Mas certamente é incomum que o número de mortes em relação ao número de casos confirmados é muito baixo, mas na Rússia eles estão realizando muitos testes", avaliou
"Será importante que as autoridades russas revejam a maneira como a certificação de óbito é feita para garantir a si mesmas que estão certificando com precisão as mortes da maneira apropriada", acrescentou o funcionário da OMS.
Além do alto número de infecções e o baixo número de mortes, a Rússia registrou 252.783 recuperações.