Embora as projeções não garantem que isso irá necessariamente ocorrer, elas vêm sendo usadas pelo governo do presidente estadunidense Donald Trump. Os cálculos, publicados pela BBC Brasil nesta quinta-feira (11), mostram que o país pode também bater o recorde de óbitos em um dia: 4,4 mil, o dobro das 2.262 mortes, registradas nos EUA em 14 de abril.
O modelo matemático aponta ainda que, pela progressão da COVID-19 em solo brasileiro, o dia 29 de julho é o estimado para que o país figure no topo dos óbitos no mundo, tendo 137,5 mil mortos, ante 137 mil dos EUA, atual líder de infectados e de mortos pela pandemia. O número significa quadruplicar as vítimas fatais em 50 dias – algo que ocorreu nos últimos 90 dias.
Se considerar a progressão e a taxa de mortes por 100 mil habitantes, caso tudo siga como está, o Brasil deverá superar os EUA em 10 de julho, segundo o IHME. O modelo da universidade norte-americana considera diversas variáveis, como adesão ao distanciamento social e o número de casos. No país, o primeiro está em queda, e o segundo segue em aceleração, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
A capacidade do Brasil prever os rumos do novo coronavírus nos 27 estados e no Distrito Federal vem sendo questionada por especialistas, seja pela polêmica envolvendo o governo do presidente Jair Bolsonaro a respeito da maquiagem dos dados diários completos de infectados e mortos pela doença, ou pelas medidas de flexibilização em andamento em grandes polos de propagação do vírus, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Ainda não se sabe quando o pico da COVID-19 chegará ao país, mas a estimativa mais recente é de que ele se dê apenas em agosto. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a flexibilização do distanciamento social só deve ser considerada após um período mínimo de duas semanas consecutivas tanto no número de infecções quanto no de óbitos.
No momento, o Ministério da Saúde aponta que o Brasil tem 772.416 diagnosticados com a doença, com 39.680 mortos – uma média de 1,2 mil óbitos diários na metade dos primeiros 10 dias de junho. Já o consórcio de veículos da imprensa mostra que, com base nos números das secretarias estaduais de saúde, o país já tem 39.803 vítimas fatais e 775.581 casos.