Pela primeira vez, os cientistas conseguiram observar evidências de que mesmo uma pequena quantidade de luz solar pode os desgastar.
Diversas rochas no asteroide Bennu aparentemente estão se rachando enquanto o Sol as aquece durante o dia e elas arrefecem durante a noite, conforme mostram as imagens da sonda OSIRIS-REx da NASA.
"Esta é a primeira vez que é observada a evidência deste processo, chamado fraturamento térmico, em um corpo celeste sem atmosfera. É apenas uma peça de um quebra-cabeça que nos conta como era a superfície no passado e como será daqui a milhões de anos", comentou Jamie Molaro do Instituto de Ciência Planetária em Tucson, no Arizona, e autor principal do artigo.
"Como qualquer processo de desgaste, o fraturamento térmico causa evolução de rochas e superfícies planetárias ao longo do tempo – desde alteração da forma e tamanho de pedregulhos individuais, até ao derrubamento de paredes de crateras", explicou pesquisador principal da missão OSIRIS-REx, Dante Lauretta.
Sonda OSIRIS-REx da NASA revela que a luz solar pode quebrar rochas no asteroide Bennu.
As rochas dilatam quando a luz do Sol as aquece durante o dia e se contraem à medida que arrefecem à noite, causando pressão que forma fissuras que aumentam lentamente ao longo do tempo.
Durante algum tempo cientistas tinham cogitado que o fraturamento térmico poderia ser um processo de desgaste importante em objetos sem atmosfera, tais como asteroides, porque muitos deles passam por diferenças extremas de temperatura entre o dia e a noite.
Para se ter uma ideia, durante o dia a temperatura no asteroide Bennu pode chegar até 127 graus Celsius, baixando à noite até -73 graus Celsius.
No entanto, muitas das características reveladoras de fraturamento são pequenas, e até a sonda OSIRIS-REx se aproximar de Bennu a coleta de imagens de alta resolução necessárias, que pudessem confirmar o fraturamento térmico em asteroides, não existia.