Militares britânicos estariam matando 'conscientemente' milhares de animais de fazenda no Chipre

Militares britânicos estão propositalmente causando a morte de animais de fazenda no Chipre e pagaram milhões de libras em compensação aos agricultores desde 1995, revela investigação.
Sputnik

A atividade em uma base britânica na ilha mediterrânea resultou em 1.764 queixas de "perda de animais" nos últimos cinco anos por "disparos reais e voo baixo", revelou o site do Declassified. As mortes de animais estão acontecendo perto da base da Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês) em Akrotiri, na península do sul do Chipre, segundo a investigação.

Pagar indenização aos agricultores agora é comum, e o Ministério da Defesa britânico pagou quase 750.000 libras (4,7 milhões de reais) durante o ano fiscal 2018-2019, sendo a maior parte direcionada para liquidar 334 queixas de perda de animais.

Um dos pagamentos no ano passado cobriu os custos de "abortos e honorários veterinários associados" depois que cabras prenhas foram mortas por aeronaves que voavam em baixa altitude.

Indenização a agricultores

De acordo com a reportagem, os documentos internos mostram que a Defesa britânica está "conscientemente" causando as mortes ao permitir que aviões voem a 30 metros do solo. Um relatório de 2009 explicou que as cabras abortam seus filhotes por causa do susto causado por aviões voando baixo, além dos disparos reais.

Militares britânicos estariam matando 'conscientemente' milhares de animais de fazenda no Chipre

O ministério britânico também pagou uma indenização aos agricultores do Reino Unido por mortes de animais (22 queixas entre 2014 e 2018), mas o número de incidentes é "muito maior" no Chipre (1.034 queixas no mesmo período), noticiou Declassified, sugerindo que os militares fazem um esforço maior para evitar essas mortes em solo britânico. Entre as reivindicações de perda de animais e colheitas, o Reino Unido já pagou oito milhões de libras (50 milhões de reais) aos indenizados nos últimos 25 anos.

O site de investigação descobriu que mais da metade das mortes são próximas ao rio Paramali, que é uma zona de vida selvagem protegida descrita pelo ministério britânico como o lar das "espécies mais valiosas e ameaçadas" da Europa.

A presença dos militares britânicos na área é controversa há muito tempo para os cipriotas, principalmente em torno do lago salgado de Limassol (pantanal de importância internacional que abriga 15.000 flamingos), causando perturbação da vida selvagem.

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