O valor é o maior para o período desde o início da série histórica do sistema Deter-B, em 2015, 34% maior que o do mesmo período no ano passado (1.512 km²) e 49% acima da média dos quatro anos anteriores (2016 a 2019), que foi de 1.363 km².
De acordo com o escritório brasileiro do Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Brasil), o cenário de aumento da devastação é ainda pior quando considerado o período que se estende de agosto do ano passado a maio deste ano, e que corresponde aos 10 primeiros meses do calendário de monitoramento do desmatamento do sistema Prodes/INPE. Nesse período, o desmatamento foi de 6.499 km², o que representa um aumento de 78% em comparação ao período anterior (agosto de 2018 a maio de 2019), quando foram desmatados 3.653 km².
Além disso, esse devastação é significativamente maior do que a média de 3,6 mil km² registrada nesse período desde o início da série histórica, sendo ainda mais preocupante porque exclui os meses de junho e julho, quando o desmatamento é historicamente mais alto.
Só em maio, a área sob alertas de desmatamento foi de 829 km², a maior dos últimos cinco anos e 12% acima do registrado em 2019. No mês anterior, tinham sido devastados 407 km², a metade.
"Os dados de maio preocupam e indicam uma tendência crescente de desmatamento no período, com níveis ainda maiores do que 2019, um ano já excepcionalmente alto. Estamos diante de um cenário de total catástrofe para a Amazônia, com a expectativa de mais áreas abertas, invasões e queimadas somadas ao triste cenário do alastramento da pandemia pelo bioma”, afirma Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil, em nota enviada à Sputnik Brasil.
Para Raul do Valle, diretor de Justiça Socioambiental da instituição, "o governo federal precisa parar de enviar sinais de que está do lado dos grileiros, garimpeiros e madeireiros ilegais, como tenta fazer com a ex-MP 910 e o atual PL 2633, que pode legalizar a grilagem".