As gotículas de saliva de uma pessoa infectada com o novo coronavírus a tossir, espirrar ou até a falar se evaporam mais lento ou rápido dependendo das características atmosféricas do local, conclui um estudo publicado na última segunda-feira (8) na revista Physics of Fluids.
Após estudar Nova York, Chicago, Los Angeles, Miami, Sydney e Singapura usando um modelo matemático, pesquisadores do Instituto Indiano de Tecnologia de Bombaim descobriram que a temperatura ambiental, a umidade relativa e o tipo de superfícies tocadas têm impactos muito importantes na evaporação das partículas do SARS-CoV-2.
Por exemplo, uma temperatura mais elevada ajuda a secar as gotículas mais rapidamente e reduz drasticamente as hipóteses de sobrevivência do vírus. No entanto, em locais com maior umidade, o tempo de evaporação era maior em dois minutos, e as hipóteses de sobrevivência do vírus eram também maiores.
Por causa disso, os investigadores sugerem limpar superfícies tais como telas de celulares, bem como as de algodão ou madeira, com maior frequência do que superfícies de vidro e aço, nas quais as gotículas com vestígios do coronavírus evaporam mais rapidamente.
"De certa forma, isso poderia explicar um crescimento lento ou rápido da infecção em uma determinada cidade. Este pode não ser o único fator, mas certamente o clima exterior é importante na taxa de crescimento da infecção", apontou Rajneesh Bhardwaj, um dos autores do estudo, escreve o portal EurekAlert.
Amit Agrawal, outro coautor, considera que o estudo pode ser útil "para [compreender] outras doenças transmissíveis que se propagam através de gotículas respiratórias, como a gripe A".