Os cientistas enfatizam que sua pesquisa não só apresenta cálculos sobre a probabilidade de existência de vida extraterrestre, como pode lançar luz sobre nosso próprio futuro e lugar no Universo.
Equação de Drake
Em artigo publicado em 15 de junho no Astrophysical Journal e divulgado pelo jornal britânico The Guardian, astrofísicos da Universidade de Nottingham (Reino Unido), aperfeiçoaram a equação de Drake com novos dados para estabelecer estimativas sobre a possibilidade de vida alienígena.
A equação de Drake foi elaborada pelo astrônomo Frank Drake em 1961 e estabelecia quais as variáveis a ter em conta para se chegar a uma estimativa sobre o número de civilizações inteligentes na galáxia.
Contudo, "as estimativas da equação de Drake têm variado de zero a alguns bilhões [de civilizações, pelo que] é mais uma ferramenta para refletir sobre estas questões do que propriamente para resolver algo", observou Conselice.
Para os dois astrofísicos, os resultados de seus cálculos são importantes porque "pela primeira vez obtemos uma estimativa do número de civilizações ativas inteligentes, que poderíamos potencialmente contatar e descobrir se existe vida no Universo, pergunta de milhares de anos ainda não respondida", acrescentou o cientista.
Princípio de Copérnico
"Basicamente, assumimos que a vida inteligente se teria formado em outros planetas [semelhantes ao nosso] como surgiu na Terra, em alguns bilhões de anos, e como fenômeno natural da evolução", explicou Conselice. Ou seja, se evoluímos na Terra, é possível que a vida inteligente tenha evoluído em outra parte do Universo.
A suposição vai de encontro ao Princípio Copernicano, segundo qual tudo, desde reações químicas até à formação de estrelas, pode ocorrer se as condições estiverem corretas, adiantou Conselice, antes de se manifestar convicto que a vida alienígena teria semelhanças em aparência com a vida na Terra.
"Não ficaríamos super chocados ao vê-los", opinou.
Segundo os cálculos, baseado no fato de a vida poder se formar, como na Terra, entre 4,5 bilhões e 5,5 bilhões de anos após a formação das estrelas, poderia haver entre quatro e 211 civilizações na Via Láctea com capacidade de comunicar.
Número pode estar subavaliado
Contudo, os cientistas adiantam o número de 36 como o mais provável.
Mas Conselice observou que esse número poderá pecar por defeito, porque se baseia também em quanto tempo nossa própria civilização vem enviando sinais para o espaço - um período de apenas 100 anos até agora.
A equipe acrescenta que, por isso, seriam necessários pelo menos mais 6.120 anos para que uma comunicação bilateral possa ter lugar, tanto mais que, pelos cálculos dos cientistas, o planeta mais próximo e passível de albergar vida se encontra a 17.000 anos luz.