Uma equipe de cientistas liderados por Ji Gao, da Universidade de Ciências e Tecnologia da China, tem estudado o vulcão Weishan, que se encontra no campo vulcânico Wudslianchu, no norte do país. Sua última erupção ocorreu há 60 mil anos, mas foram registradas outras mais recentes na mesma área.
Este campo vulcânico se estende por uma área de 500 quilômetros quadrados e possui 14 cones de cinza íngremes cercados por fluxos de lava. A última erupção na zona foi em 1776, escreve a publicação Newsweek.
Em um estudo publicado pela Geology, Gao e seus colegas afirmam que os vulcões no complexo aparentemente ficam ativos sequencialmente, se movendo do sul para norte. Este padrão pode indicar a existência de alguma atividade abaixo do Weishan.
Para melhor compreender o que ocorre neste vulcão, a equipe criou um mapa 3D da estrutura subterrânea. Anteriormente, cientistas já tinham identificado uma câmara de magma na área. No último estudo, a equipe descobriu esta câmara na camada superior da crosta, assim como outra mais profunda no meio da crosta.
Os cientistas afirmam que estas descobertas são condizentes com os modelos que sugerem que o magma na camada média da crosta pode servir de fonte para "recarregar a câmara de magma na camada superior da crosta".
A equipe considera que, com base em suas análises, a parte derretida da câmara subterrânea do vulcão representa 15% do total. Geralmente, erupções ocorrem quando é alcançado um total de 40%.
Enquanto Weishan ainda não atinge este valor, os pesquisadores afirmam que será necessário um maior monitoramento da área vulcânica.
Além disso, desde 2008 foram registrados terremotos. A atividade sísmica pode indicar o movimento de magma, que pode ser um sinal de que algo acontecerá.
"Considerando as significativas frações de derretimento, assim como os terremotos ativos e tremores ocorrendo em volta das reservas de magma, o vulcão Weishan está provavelmente em uma etapa ativa de recarregamento de magma", considera a equipe.
James Hammond, do Departamento de Ciências Planetárias e da Terra na Universidade de Londres (Reino Unido), que não esteve envolvido no estudo, afirmou à Newsweek que este fenômeno pode ser observado em outros vulcões do mundo, incluindo a montanha Paektu, um vulcão ativo na fronteira entre China e Coreia do Norte.