Em comunicado, o BM informou que o nome de Weintraub ainda terá de ser aprovado por um grupo de países, e que o mandato que ele assumirá, caso seu nome seja aprovado, será válido apenas até outubro deste ano, quando uma nova indicação terá de ser realizada.
O ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro pleiteia o posto em um conselho de diretores, que possui integrantes de países como Colômbia, Filipinas, Equador, República Dominicana, Haiti, Panamá, Suriname e Trinidad e Tobago. Todos terão de aprovar o nome de Weintraub.
"O Banco Mundial recebeu uma comunicação oficial das autoridades brasileiras que indica o Sr. Abraham Weintraub para Diretor Executivo representando o Brasil e demais países do seu grupo [constituency] no Conselho de Diretores Executivos do Grupo Banco Mundial", declarou o BM em nota.
"Se eleito pelo seu constituency, ele cumprirá o restante do atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando será necessária uma nova nomeação e nova eleição", acrescentou a instituição. A avaliação dos países sobre a nomeação leva em média um mês.
O BM relembrou que cada diretor-executivo representa os 189 países que são acionistas da entidade. Segundo o portal G1, Weintraub deverá receber um salário de US$ 250 mil anuais (aproximadamente R$ 1,34 milhão), caso aprovado para o cargo – o que corresponde a cerca de cinco vezes o que recebia como ministro da Educação.
Ao mesmo site, diplomatas e integrantes de órgãos multilaterais como o BM afirmaram ver a indicação de Weintraub com preocupação, uma vez que o caráter diplomático do posto visa construir entendimentos e pontes com outros países, evitando atritos para trazer investimentos para o Brasil.
Entretanto, Weintraub acabou sendo demitido do Ministério da Educação na quinta-feira (18) justamente por ter tornado a sua permanência insustentável, após 14 meses de atritos e polêmicas com a comunidade acadêmica, científica, com o Supremo Tribunal Federal (STF) e até com países parceiros, como a China e Israel.