A notícia foi adiantada pelo canal de TV NHK, que – citando fontes em círculos governamentais - informou que "o primeiro-ministro Shinzo Abe e os ministros responsáveis provavelmente realizarão na próxima semana uma reunião do Conselho de Segurança Nacional para cancelar o plano de instalação".
Recentemente, o ministro da Defesa japonês Taro Kono anunciou que a implantação de sistemas terrestres de defesa antimíssil nas prefeituras de Akita, no noroeste do país, e Yamaguchi, no sudoeste – que deveriam ficar operacionais em 2023 - havia sido interrompida, noticiou o Japan Times.
O ministro argumentou que os ajustes necessários para garantir que aceleradores dos mísseis, após o lançamento, viessem a cair apenas no polígono e não em áreas residenciais seriam muito onerosos e demorados.
Esta decisão suscitou um debate no Parlamento sobre como preencher esta lacuna no sistema de defesa do país. Uma das opções avançadas seria a aquisição de mísseis de cruzeiro de longo alcance, mas não ficou claro se a decisão do governo japonês era preliminar ou final.
Os Estados Unidos, por sua vez, apressaram-se a declarar que consideravam o plano de implantação do sistema de defesa antimíssil Aegis Ashore no Japão "parado", mas não cancelado. Já o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe afirmou que a futura estratégia de segurança do país ficaria definida até finais de setembro, noticia o Nikkei Asia Times.
Vale recordar que a decisão de implantar dois sistemas terrestres Aegis Ashore no Japão foi tomada pelo governo japonês em 2017, devido aos lançamentos contínuos de mísseis norte-coreanos.
Os sistemas foram planejados para serem implantados nas prefeituras de Akita, no noroeste do país, e em Yamaguchi, no sudoeste, estimando-se que o seu raio de alcance pudesse cobrir todo o Japão.
A aquisição dos armamentos, bem como a sua operação e manutenção por 30 anos, foi estimada em cerca de 450 bilhões de ienes (US$ 4,2 bilhões ou R$ 22,30 bilhões), segundo o Japan Times.
A Rússia tem deixado claro repetidamente que tais intenções do Japão de implantar estes mísseis interceptores não contribuem para a estabilidade estratégica na região, não podendo ser ignoradas durante a negociação de um tratado de paz com Tóquio.