Desde tempos imemoriais, a humanidade criou mitos e teorias sobre o que acontece no lado obscuro da Lua, que não somos capazes de avistar da Terra.
Somente na segunda metade do século XX, cientistas soviéticos foram capazes de captar a primeira imagem de satélite do lado escuro da Lua.
Até então, muitos astrônomos apostavam que as crateras do lado visível da Lua um dia teriam sido mares e oceanos e que elas também ocupariam boa parte da extensão do hemisfério oculto. Mas ambas as teorias não se confirmaram.
Foi esclarecido que as crateras da Lua podem ter origem vulcânica, mas cobrem somente um por cento do hemisfério escondido, enquanto, no lado visível, as crateras respondem por quase um terço da ocupação da superfície lunar.
Mas os cientistas ainda não haviam compreendido por que um lado da Lua é tão diferente do outro.
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Tóquio, das universidades da Flórida e do estado do Novo México e da NASA formularam uma hipótese sobre esse mistério, informou o site Eurekalert.
Eles acreditam que a disparidade entre as superfícies de cada lado da Lua se deve a diferença nas concentrações de substâncias KREEP, isto é, potássio, fósforo e terras raras.
Após analisar dados obtidos por observação, experimentos laboratoriais e modelos de computador, os cientistas concluíram que o calor do decaimento radioativo desses elementos derreteu rochas sólidas na superfície lunar, formando as crateras.
Os elementos KREEP, no entanto, estão presentes sobretudo do lado visível da Lua, que ainda conta com minérios como urânio, tório e potássio, o que explica a razão pela qual há muito mais crateras deste lado do satélite da Terra do que do lado escuro.