O problema teve início quando a subprocuradora Lindôra Maria Araújo, coordenadora da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitou acesso a dados das forças-tarefas da operação nos estados, segundo noticiou o portal G1.
Ela esteve em Curitiba na semana passada para tratar da transferência de informações sigilosas. Em resposta, a força-tarefa da Lava Jato acionou a Corregedoria Nacional do Ministério Público Federal (MPF).
Para os procuradores de Curitiba, a ação foi feita "como medida de cautela" e "para prevenir responsabilidades". Já o coordenador da força-tarefa no Paraná, Deltan Dallagnol, destacou que era preciso adotar preceitos formais para repassar os dados, evitando questionamentos ou a nulidade de provas e informações.
Por sua vez, a PGR informou por meio de nota que a subprocuradora "não buscou compartilhamento informal de dados", mas a obtenção de "informações globais sobre o atual estágio das investigações e o acervo da força-tarefa, para solucionar eventuais passivos".
"Os assuntos da visita de trabalho, como é o normal na Lava Jato, são sigilosos. A PGR estranha a reação dos procuradores e a divulgação dos temas, internos e sigilosos, para a imprensa", acrescentou o texto da nota.
Todo o impasse e a crise criada pela discordância entre os procuradores da Lava Jato de Curitiba e Brasília levou à saída do grupo da capital federal de Hebert Reis Mesquita, Victor Riccely Lins Santos e Luana Macedo Vargas. Já Lindôra Maria Araújo, Alessandro José Fernandes de Oliveira e Leonardo Sampaio de Almeida seguem no grupo.
Em um comunicado, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba elogiou os procuradores que deixaram o grupo em Brasília, exaltando os trabalhos até aqui realizados.