Segundo reportagem do jornal The New York Times publicada na sexta-feira (26), que cita fontes anônimas de serviços de inteligência dos Estados Unidos, a inteligência militar russa teria oferecido a terroristas do movimento Talibã (proibido na Rússia e em vários outros países) recompensa para os militantes atacarem soldados norte-americanos no Afeganistão.
De acordo com a matéria, Trump teria sido avisado do ocorrido em março, mas não tinha decidido como reagir ao fato. O presidente dos EUA pretende retirar as tropas norte-americanas do Afeganistão e encerrar a guerra no país, iniciada em 2001.
No entanto, a secretária de Imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, desmentiu neste sábado (27) as informações do jornal, afirmando que "nem o presidente nem o vice-presidente foram informados da suposta inteligência de recompensa russa".
Talibã também desmente informação
O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, também negou neste sábado (27) a informação. Segundo ele, o objetivo de notícias como essas é criar obstáculos para a retirada das tropas estadunidenses do Afeganistão. O porta-voz ressaltou que as atividades do grupo não são ligadas a nenhum serviço de inteligência de país estrangeiro.
A embaixada da Rússia em Washington, por sua vez, classificou a reportagem como fake news e exigiu que as autoridades dos EUA reagissem às ameaças recebidas por diplomatas russos por causa da publicação da matéria.
Após os atentados de 11 de setembro, Washington alegou que os talibãs escondiam terroristas do grupo Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) que cometeram os ataques. Posteriormente, o governo do Talibã foi deposto e substituído por políticos leais aos EUA. Em seguida, o grupo entrou em confronto armado com o novo governo.
Em fevereiro de 2020, os EUA e o Talibã assinaram a primeira trégua em 18 anos. O documento prevê a retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão em 14 meses.