O novo coronavírus pode ter circulado na Espanha já em 12 de março de 2019, segundo um estudo publicado no servidor de pré-impressão medRxiv que analisou águas residuais não tratadas de Barcelona.
Cientistas da Universidade de Barcelona examinaram amostras de águas residuais congeladas de janeiro de 2018 a dezembro de 2019, sempre com resultados negativos no teste de reação em cadeia da polimerase (RCP) para o coronavírus, com a exceção de uma amostra de 12 de março de 2019, informa o portal The Conversation.
Uma das primeiras descobertas sobre o novo coronavírus é que pode ser encontrado em fezes de pessoas infectadas, em que pedaços de seu material genético, chamado de ácido ribonucleico (RNA), se integram nos resíduos humanos, e que deixam de ser infecciosos, segundo a pesquisa existente.
Devido ao tempo extenso que passa entre uma pessoa ser infectada e testar positivo para o coronavírus, que preveniria descobrir a tempo um surto local, há muitos países que começaram a monitorar água de esgotos.
A detecção do SARS-CoV-2 nos esgotos pode ser de um nível muito baixo, mas também pode ser suspeita em caso de contaminação dos resultados do teste dentro de laboratório, que acontece às vezes durante estudos. Outra possível explicação é que o RNA ou DNA da amostra é semelhante o suficiente ao local alvo de forma a dar positivo.
Contudo, o estudo ainda não foi revisto em pares, e os autores não mencionam um aumento de casos de doenças respiratórias depois da data atribuída à amostra com o coronavírus. Assim, são necessárias mais pesquisas para tirar as conclusões apropriadas, adverte o artigo do The Conversation.
Em 18 de junho, um estudo na Itália disse ter encontrado restos do SARS-CoV-2 em dezembro de 2019. Anteriormente, vários países, incluindo Brasil e Portugal, encontraram o novo coronavírus em resíduos de esgoto durante os primeiros meses de 2020.