Restos de aproximadamente 500 pessoas guilhotinadas durante a Revolução Francesa podem estar enterrados nas paredes de uma capela do século XIX em Paris, segundo arqueólogos.
Os historiadores acreditam que os corpos foram transferidos para as Catacumbas de Paris, mas agora os pesquisadores devem examinar as paredes da Capela Expiatória, depois que quatro baús de ossos foram descobertos nas cavidades das paredes.
Após sua execução, os restos mortais de Luís XVI foram enterrados em um cemitério próximo da Igreja da Madalena, até serem removidos para St. Denis. O local é ocupado agora pela Capela Expiatória, dedicada às memórias de Luís, Maria Antonieta e outras vítimas do Terror.
A capela foi construída no início do século XIX, em um local próximo à Praça da Revolução, a atual Praça da Concórdia, onde foram decapitados Luís XVI e sua esposa Maria Antonieta.
Os restos mortais foram transferidos para a Catedral Basílica de Saint Denis por ordem de Luís XVIII, quando se tornou rei em 1814, e a capela foi comissionada em sua homenagem.
Aymeric Peniguet de Stoutz, administrador da capela, iniciou a investigação depois de notar anomalias nas paredes entre as colunas inferiores.
Os restos dos 500 guilhotinados da Revolução, enterrados no antigo cemitério da Madalena, podem ter sido colocados entre as paredes da Capela Expiatória, e não nas catacumbas como todo mundo pensa.
Os arqueólogos foram chamados ao local e, para que o local não sofresse danos, com a ajuda de uma câmera inserida através das aberturas nas paredes foram encontrados quatro baús contendo ossos.
"Até hoje, acreditava-se que a capela era apenas um monumento em memória da família real. Mas descobrimos que também é uma necrópole da revolução", afirmou.
"A capela inferior possui quatro ossuários feitos de caixas de madeira, provavelmente revestidas com couro, repletas de ossos humanos", afirmou o arqueólogo Phillipe Charlier, que confirmou a descoberta.
Entre os ossos, acredita-se que haja diversas personalidades famosas, incluindo a amante de Luís XV, Madame du Barry, Olympe de Gouges e Maximilien Robespierre, uma das figuras mais influentes da Revolução Francesa, que foi executado em 1794, marcando o fim do Reino do Terror.