EUA acusam Assange de ajudar Snowden a recrutar hackers

Um grande júri norte-americano acusa o ciberativista australiano e fundador da plataforma de vazamento WikiLeaks de ajudar Snowden tanto a escapar da prisão como a receber "materiais roubados".
Sputnik

O Grande Júri do estado norte-americano de Virgínia, que lidera a investigação criminal contra Julian Assange, acusa o fundador e seus colegas do WikiLeaks de usar Edward Snowden para recrutar hackers em conferências e congressos de tecnologia organizados na Europa e na Ásia.

"Assange e outros no WikiLeaks demonstraram abertamente sua intenção de ajudar Snowden a evitar a prisão a fim de encorajar hackers e leakers a fornecer ao WikiLeaks materiais roubados", diz a nova acusação em apoio ao pedido de extradição do ativista australiano do Reino Unido para os EUA.

O Grande Júri de Virgínia alarga o prazo dos supostos crimes de 2009 para 2015, quando o australiano vivia como refugiado na embaixada do Equador em Londres, Reino Unido.

Além disso, o relato das alegações menciona repetidas instâncias em que o fundador do portal de vazamento alegadamente conspirou com ativistas dos coletivos de Anonymous, LulzSec, AntiSec e Gnosis para obter dados confidenciais e secretos do governo e da administração dos EUA.

A "testemunha estrela" da nova acusação substitutiva é um sociopata/vigarista condenado/abusador de crianças/ informante do FBI que foi considerado culpado na Islândia de se fazer passar por Assange

"Não é uma nova acusação, mas um comunicado de imprensa glorificado", disse Kristinn Hrafnsson, um jornalista islandês ao leme do site, segundo o jornal australiano The New Daily.

Além disso, a ordem revisada foi liberada duas semanas antes do prazo para a defesa apresentar seus documentos ao juiz britânico e aos advogados de acusação que representam os EUA.

"Isso mostra como eles estão abusando do devido processo e desprezando as regras do sistema judicial britânico", comentou Hrafnsson.

O Departamento de Justiça dos EUA na semana passada reforçou as acusações contra Assange sem aumentar o número de acusações, originalmente emitidas no ano passado.

Aniversário na cela

Assange faz 49 anos em 3 de julho, permanecendo detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh no sudeste de Londres, sem visitas de familiares, amigos ou advogados desde março, devido à pandemia do coronavírus.

Sua namorada e mãe de seus dois filhos que nasceram enquanto ele estava confinado na embaixada do Equador, Stella Morris, promete marcar a ocasião.

O aniversário de Julian é na sexta-feira [3]. Ele fará 49 anos. As crianças e eu faremos um bolo, mas Julian não conseguirá saboreá-lo.

Não nos vemos desde março devido às restrições da COVID na prisão de Belmarsh.

Morris exige a libertação condicional de seu noivo até que o processo de extradição seja resolvido ou pelo menos até que a segunda parte do julgamento seja iniciada, mas a juíza Baraitser se recusa a ceder e mantém Assange em sua cela, sendo a próxima terça-feira (7) a data prevista para o reinício das audiências no Tribunal Penal Central, o famoso Old Bailey de Londres.

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