O governador Wilson Lima (PSC) é alvo de buscas e bloqueio de bens. Ele estava em Brasília quando ficou sabendo da ação e, segundo o G1, já estaria retornando para Manaus.
A PF e o MPF investigam a compra de respiradores, com dispensa de licitação, de uma empresa que importa vinhos. A polícia cumpre mandados de busca e apreensão e de prisão temporária na sede do governo do estado e na secretaria de saúde. A secretária, Simone Araujo de Oliveira Papaiz, já teria sido detida.
O Ministério Público afirma que foram identificadas compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados, com a participação direta de Wilson Lima.
"No requerimento das cautelares, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo sustenta que as investigações permitiram, até o momento, 'evidenciar que se está diante da atuação de uma verdadeira organização criminosa que, instalada nas estruturas estatais do governo do estado do Amazonas, serve-se da situação de calamidade provocada pela pandemia de COVID-19 para obter ganhos financeiros ilícitos, em prejuízo do erário e do atendimento adequado à saúde da população'", disse o MPF por meio de nota.
PF também realiza operações em Goiás e Minas Gerais
Também nesta terça-feira (30), a Polícia Federal e o Ministério Público realizaram operações em outros dois estados da federação.
Em Minas Gerais, as duas instituições, junto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagraram a operação Odisseia, que investiga associação criminosa dedicada ao desvio de recursos públicos do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate). Os crimes teriam ocorrido no município de Caldas entre os anos de 2013 e 2017 e envolveriam também fraudes em processos licitatórios.
Já em Goiás, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços de sete pessoas físicas e uma pessoa jurídica ligadas a dois desembargadores e um juiz do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), com o objetivo de reunir provas da prática de crimes como corrupção, tráfico de influência, exploração de prestígio, advocacia administrativa e lavagem de dinheiro.
De acordo com o MP, As medidas cautelares foram determinadas pelo ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como desdobramento da Operação Máfia das Falências, iniciada em primeira instância. As investigações passaram a ser conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após a descoberta de indícios de participação de magistrados com prerrogativa de foro no STJ.