O presidente francês Emmanuel Macron anunciou em agosto passado que se opunha ao projeto de tratado de livre comércio entre a UE e o Mercosul ao criticar seu colega brasileiro, Jair Bolsonaro, por "mentir" para ele sobre seus compromissos com o meio ambiente. Ele reiterou na segunda-feira (29) que se opõe à assinatura de qualquer acordo com países que não respeitem o Acordo Climático de Paris.
Uma cúpula virtual reunirá nesta quinta-feira (2) os líderes do Mercosul para discutir a crise da saúde ligada ao novo coronavírus, acordos comerciais bilaterais com o Canadá, a Coreia do Sul e, em particular, a conclusão do acordo comercial com a UE.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, declarou na quarta-feira (1º) a seus pares do Mercosul que as verificações legais de um documento que rege o acordo com a UE estavam quase concluídas com as devidas "cooperação e flexibilidade" para superar as diferenças.
"Espero que nossos coordenadores possam finalizar o texto e os anexos com os negociadores europeus após o final do verão no Hemisfério Norte para que o documento esteja pronto para assinatura", afirmou o chanceler brasileiro.
Se Bolsonaro voltou atrás em sua ameaça de retirar o Brasil do Acordo Climático de Paris, os grupos ambientais europeus ainda pedem ao bloco da UE que não ratifique um tratado comercial com o Mercosul, destacando a incapacidade do governo brasileiro de proteger a Amazônia.
Além disso, três Parlamentos europeus (Áustria, Países Baixos e o da região da Valônia, na Bélgica) anunciaram que não aprovarão o acordo com o Mercosul.