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Após Bolsonaro tirar máscara em entrevista, ABI entra com ação contra presidente no STF

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) apresentou nesta quinta-feira (9) uma queixa criminal ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro, depois que ele tirou a máscara em uma entrevista em que anunciou que havia testado positivo para o novo coronavírus.
Sputnik

Na denúncia, a ABI alegou que Bolsonaro havia cometido pelo menos dois crimes relacionados a colocar a vida ou a saúde de alguém em risco iminente e não impedir a propagação de uma doença infecciosa.

Bolsonaro anunciou estar com COVID-19 na terça-feira (7). Há quem acredite que a doença do presidente simbolize a resposta falha do governo ao surto no Brasil, o segundo pior do mundo em números absolutos. Mais de 1,7 milhão de pessoas no Brasil deram positivo para a COVID-19 e quase 68 mil morreram.

As emissoras brasileiras colocaram em quarentena os jornalistas que foram expostos a Bolsonaro na entrevista, situação que deve ser mantida por 14 dias e até que testassem negativos para a doença.

A ABI, um prestigiado grupo profissional que advoga pelo jornalismo, solicitou que a denúncia fosse enviada ao gabinete do procurador-geral da República, Augusto Aras, para decidir se havia motivos para prosseguir com uma investigação criminal.

Após Bolsonaro tirar máscara em entrevista, ABI entra com ação contra presidente no STF

Bolsonaro, de 65 anos, está atualmente em quarentena e disse estar se sentindo bem. O mandatário tem uma relação espinhosa com jornalistas, alegando tratamento injusto ao que ele rapidamente classifica na cobertura desfavorável como sendo uma notícia falsa.

O Facebook suspendeu na quarta-feira (8) uma rede de contas de mídia social que, segundo a empresa, foram usadas para espalhar mensagens políticas divergentes on-line por assessores ao presidente e dois de seus filhos – Flávio e Eduardo Bolsonaro.

As alegações do Facebook se somam a uma crise no Brasil, onde os filhos e apoiadores de Bolsonaro foram acusados ​​de realizar uma campanha on-line coordenada para difamar os adversários.

As acusações estimularam uma investigação do Congresso e uma investigação separada do STF sobre ataques ao Judiciário, o que levou a visitas policiais nas casas e escritórios dos aliados de Bolsonaro no mês de maio.

Bolsonaro, que está sob críticas crescentes por lidar com o surto do novo coronavírus, já afirmou que a investigação do tribunal é inconstitucional e corre o risco de estabelecer censura no Brasil.

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