Os insetos, da espécie Schistocerca cancellata, vieram do Paraguai e são monitorados pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina e também pelo Ministério da Agricultura do Brasil.
As autoridades brasileiras já definiram diretrizes para combater a praga caso ela atinja o Rio Grande do Sul e Santa Catarina e autorizaram o uso de inseticidas biológicos.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o biólogo e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Magno Botelho Castelo Branco afirma que as nuvens são formadas por milhões ou centenas de milhões de gafanhotos e que eles têm preferência por um clima quente e seco. Dessa maneira, diz o especialista, o clima brasileiro deve determinar se os insetos entrarão no Brasil ou não.
No momento, de acordo com as autoridades de Buenos Aires, eles estão no departamento de Curuzú Cuatiá, na província de Corrientes, a cerca de 150 quilômetros do Brasil.
"Uma vez que eles chegam em um determinado ambiente, não existe uma maneira 100% eficaz e eventualmente segura de controlar ou dispersar essa nuvem. A única maneira realmente que a gente tem para fazer isso em tempo hábil, para proteger as lavouras, se a gente olhar desse ponto de vista, é pelo uso de pesticidas que vão literalmente matar esses indivíduos e diminuir a densidade da nuvem", diz Branco.
O professor do Mackenzie afirma que levam meses para que esses enxames se dispersem naturalmente e que o ideal é evitar que eles sejam formados.
"Os gafanhotos preferem as partes moles das plantas e não necessariamente o produto que seria de destinação aos humanos. Só que nessa busca dessas partes moles das plantas eles acabam dizimando as plantações", afirma Branco.