De acordo com o levantamento, são centenas de milhares de reais perdidos todo ano por cada aluno que não conclui a educação básica. Esse é o custo calculado nas dimensões da empregabilidade e remuneração, efeitos que a remuneração dos jovens têm para a sociedade, longevidade com qualidade de vida e violência.
Essa evasão corresponde a 3% do PIB e equivale a cerca de 70% do gasto de todos os níveis de governo com a provisão da educação básica por ano. E a expectativa atual é a de que, mantido o mesmo ritmo, 17,5% dos jovens que hoje têm 16 anos não terminarão a escola.
"Os resultados, as consequências sociais e econômicas que a gente estimou são quatro: a gente estimou consequências em renda futura, em externalidade econômica, problemas com saúde e com violência. E tudo isso, quando a gente estimou, cada uma, com uma perda de R$ 372 mil por jovem", explica a economista Laura Müller Machado, professora do Insper e uma das autoras do estudo.
De acordo com a especialista, entrevistada pela Sputnik Brasil, a não conclusão da educação básica faz o jovem perder, em média, R$ 159 mil, em salários, ao longo da vida.
"E, para reverter esse quadro, a gente precisa de políticas públicas eficazes. O Brasil é grande, tem um monte de experiências, e a gente poderia avaliar as experiências que estão sendo exitosas e encontrar as melhores delas e divulgar para outras redes", afirma.
Outro ponto de destaque diz que os jovens com educação básica tendem a ter menor envolvimento em atividades violentas, como homicídios. E, a cada ponto percentual de redução na evasão, seriam 550 homicídios a menos a cada ano, quando cada morte que poderia ser evitada caso o jovem concluísse a educação básica custa R$ 2,7 milhões ao país anualmente.
"Não reconhecer a educação como propulsora do desenvolvimento do país traz um gigantesco prejuízo monetário ao país. No contexto atual de forte restrição econômica, especialmente em virtude da pandemia, priorizar a educação, evitando a evasão escolar, é, sobretudo, mais importante. E cabe ainda outra mensagem ao gestor: não deixem de educar seus jovens. Além de ser um direito garantido na Constituição, ele traz um retorno gigantesco para o país", diz Wilson Risolia, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, em nota enviada à Sputnik Brasil.