De acordo com Mourão, a tarifa poderia ajudar a financiar o programa Renda Brasil, que o governo pretende lançar para substituir o Bolsa Família.
A possibilidade da criação do imposto voltou à discussão após o ministro da Economia, Paulo Guedes, sugerir a criação de espécie de nova CPMF.
Na quinta-feira (16), ele disse que o governo pode incluir uma tarifa de 0,2% sobre transações eletrônicas na reforma tributária, que deve ser enviada ao Congresso na semana que vem.
Segundo Guedes, com o imposto seria possível reduzir cobranças sobre a folha de pagamentos.
Em entrevista para a Rádio Gaúcha, Mourão disse que, com a desoneração, "haveria uma oportunidade muito maior da criação de empregos formais", mas ressaltou que a decisão cabe ao Legislativo. Para ele, é preciso deixar claro as vantagens que o tributo traria.
'Não criar imposto por criar'
"Eu acho que tem que ficar muito claro e não simplesmente criar um imposto por criar um imposto. Vejo que hoje a discussão está centrada em cima da desoneração. Então eu acho justo", disse.
Mourão afirmou ainda que existem "uma série de transações eletrônicas que são feitas e não pagam tributos", e por isso poderiam ser cobradas. "Vamos lembrar que o nosso sistema tributário atual tem uma evasão, sonegação, de mais de R$ 400 bilhões. Isso é muito dinheiro", acrescentou o vice-presidente.
Por outro lado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou na quinta-feira, em entrevista para a GloboNews, que pretende recriar a campanha "Xô, CPMF".
'Ninguém aguenta mais impostos'
A Contribuição Provisória de Movimentação Financeira (CPMF) foi cobrada de 1997 a 2007, ano em que foi lançada a campanha contra o imposto e o tributo foi derrubado pelo Congresso.
"Eu estou pensando em trazer de volta a campanha que o DEM fez 'Xô, CPMF'. Ninguém aguenta mais impostos no Brasil. Vamos cuidar da simplificação dos impostos, cortar distorções como o lucro presumido, entre outros. Agora, novos impostos, eu acho que a sociedade está cansada. E, certamente, vai ter muita dificuldade de passar na Câmara dos Deputados", afirmou Maia.