O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o tucano por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral. Por meio de sua defesa, Alckmin afirmou que a acusação não encontra suporte nos fatos.
De acordo com a investigação, ele recebeu R$ 2.000.000 em espécie da construtora Odebrecht na campanha eleitoral para o governo de São Paulo em 2010, e outros R$ 9.000.000 quando concorreu novamente, em 2014. O MP diz que o dinheiro não foi contabilizado.
"Geraldo Alckmin, por meio de sua defesa, lamenta a denúncia oferecida, pois jamais foi procurado pelas autoridades policiais para se manifestar a respeito dos fatos. As apressadas conclusões do inquérito são infundadas e não encontram suporte nos fatos", disse por meio de comunicado, segundo publicado pelo portal UOL.
Por meio da nota, a defesa do ex-governador disse que ele jamais "praticou qualquer ato de corrupção durante mais de 40 anos de vida pública".
"Por isso, confiante na Justiça, responderá aos termos da denúncia, seguro de que não praticou qualquer ilícito, até porque nunca recebeu valores a título de contribuição de campanha eleitoral que não tenham sido devidamente declarados. Nem, tampouco, praticou qualquer ato de corrupção durante mais de 40 anos de vida pública", afirmou.
Coordenador de campanha também foi denunciado
A defesa do coordenador da campanha de Alckmin em 2014, Marcos Monteiro, também se manifestou. Ele foi denunciado pelo MP.
"A defesa de Marcos Monteiro manifesta sua absoluta indignação com a reiteração de procedimentos que visam atingir o direito de defesa e o contraditório, sobretudo, quando reiteradamente, não tem acesso a integralidade dos autos que embasaram a noticiada denúncia criminal. No momento em que for formalmente ouvido e disponibilizado acesso integral ao procedimento, a defesa tem absoluta confiança de que provará que os supostos fatos divulgados são completamente infundados", disse a nota.
Delação de ex-diretores da Odebrecht
Na semana passada, o tucano foi indiciado pela Polícia Federal por suspeitas de crime eleitoral. A denúncia se baseia na delação de ex-funcionários da Odebrecht, provas em sistemas de informática e extratos telefônicos.
A denúncia foi feita após força-tarefa do Ministério Público estadual com a PF na operação Lava Jato, que investiga as doações da empreiteira no âmbito eleitoral.
Os crimes teriam sido cometidos como contrapartidas em relação às obras do metrô e do Rodoanel, anel rodoviário que liga diversas estradas no estado.