Polônia culpa 'teoria de gênero' por saída de tratado europeu de violência contra mulheres

O governo da Polônia está desistindo de um tratado europeu que se concentra na violência contra as mulheres. Varsóvia diz que ele contém uma disposição para as escolas ensinarem às crianças sobre a "teoria de gênero", que chama os sexos biológicos de "arcaicos".
Sputnik

O Ministério da Família, Trabalho e Política Social foi orientado a tomar as medidas necessárias para se retirar da chamada Convenção de Istambul do Conselho da Europa, informou o Ministério da Justiça da Polônia na segunda-feira (27). A Polônia ratificou o tratado, que foi assinado às pressas em 2012, em 2015, mas países como Hungria, Lituânia e República Tcheca ainda não o fizeram.

"Ele contém elementos de natureza ideológica, que consideramos prejudiciais", declarou o ministro da Justiça da Polônia, Zbigniew Ziobro, explicando a decisão.

Em particular, Varsóvia discorda da "falsa suposição de que o sexo biológico é arcaico e, de fato, tudo se resume ao gênero sociocultural", acrescentou Ziobro.

Forçar as nações a promover a teoria para as crianças não apenas viola os direitos dos pais, acrescentou ele, mas "acreditamos que isso é falso e rejeitamos completamente".

O Conselho da Europa reagiu à mudança, chamando-a de "altamente lamentável". A secretária-geral Marija Pejcinovic Buric disse que a Convenção de Istambul é um "tratado internacional para combater a violência contra as mulheres e a violência doméstica, e esse é seu único objetivo".

Ela complementou que a saída da Polônia seria "um grande passo para trás" por seus esforços. A secretária-geral explicou que eles estavam prontos para esclarecer "quaisquer equívocos ou mal-entendidos sobre a convenção".

Comentar