Estudo explica por que pacientes não podem usar hidroxicloroquina e cloroquina para tratar COVID-19

Segundo a pesquisa realizada por cientistas na Alemanha, os tratamentos impedem o avanço do coronavírus em macacos-verdes africanos, mas não em humanos.
Sputnik

Nem a hidroxicloroquina, nem a cloroquina são eficazes em prevenir a propagação do novo coronavírus em um corpo humano, segundo afirma uma versão pré-impressão de um estudo na Alemanha publicado na quarta-feira (22) na revista científica Nature.

Normalmente o SARS-CoV-2 entra no corpo de uma pessoa ligando sua proteína espigão ao receptor ACE2 das células humanas, ou então se absorvendo em alguns compartimentos especiais de células chamadas endossomas, refere o site The Conversation.

"Dependendo do tipo de célula, [...] as células renais necessitam de uma enzima chamada catepsina L para que o vírus as infecte com sucesso. Nas células pulmonares, porém, é necessária uma enzima chamada TMPRSS2 (na superfície da célula). A catepsina L requer um ambiente ácido para funcionar e permitir que o vírus infecte a célula, o mesmo não sendo o caso com a TMPRSS2", de acordo com The Conversation.

Ao contrário das células renais do macaco-verde africano (Chlorocebus sp.), em que ambos os medicamentos reduzem a acidez e desativam a enzima catepsina L, as células pulmonares dos humanos têm níveis muito baixos da enzima catepsina L. Como essa enzima não é controlada pela acidez, nem a hidroxicloroquina nem a cloroquina podem bloquear o vírus de infectar os pulmões ou impedir sua replicação.

Assim, a hidroxicloroquina é eficaz em prevenir que o vírus se espalhe nas células renais do macaco-verde africano, mas é incapaz de o fazer nas células pulmonares humanas, o local de infeção principal do coronavírus, conclui a equipe de cientistas.

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