Notícias do Brasil

Tendência é que Banco Central mantenha redução da Selic ao longo do ano, diz economista

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realiza nesta terça-feira (4) a primeira parte da reunião para definir a taxa básica de juros, a Selic. Na quarta-feira (5), após a segunda parte da reunião, será anunciada a taxa ao final do dia.
Sputnik

Atualmente a taxa Selic está em 2,25% ao ano. Em entrevista à Sputnik Brasil, o economista Josilmar Cordenonssi, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, diz que a expectativa é de que ao final da reunião o Copom opte por uma redução de 0,25%.

"Toda a expectativa do mercado financeiro é de que o Banco Central reduza a Taxa Selic de 2,25% para 2% e a maioria do mercado acredita que essa vai ser a última redução até dezembro. Eu não sei, acho que a gente precisaria sempre acompanhar os índices de inflação", afirmou.

Segundo Cordenonssi, a retomada da atividade econômica por conta da pandemia da COVID-19 será o fator chave para que o Banco Central decida se vai manter a tendência de redução da taxa de juros durante o ano.

"Aqui no Brasil a gente não teve um repique de casos [de COVID-19], mas nós estamos em um patamar bastante elevado. Isso pode atrapalhar a retomada da atividade e o Banco Central tenha que ser forçado a reduzir mais a taxa de juros, então o cenário ainda está bastante incerto, mas eu vejo que o Banco Central no final vai ter que abaixar a taxa de juros a níveis mais baixos que 2% até o final de dezembro", aposta.

A medida de reduzir ainda mais a taxa de juros, de acordo com Josilmar Cordenonssi, seria para o Banco Central conseguir atender ao regime de metas da inflação.

"Pelas regras de metas da inflação que nós seguimos, o Banco Central deveria continuar reduzindo a taxa de juros porque nós estamos tendo uma inflação abaixo do piso, que a meta é de 4%, o piso seria 2,5% e a expectativa é que a inflação deveria fechar esse ano em torno de 1,60%. Se o Banco Central está reduzindo menos a taxa de juros do que seria esperado, dado o cenário de queda de atividade e uma baixa inflação, é porque está talvez esperando que tenhamos uma retomada forte daqui para frente", completou.

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro.

No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

Comentar