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Flávio Bolsonaro fala em 'perseguição', mas admite que Queiroz pagou suas despesas pessoais

Um dos filhos do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro admitiu que seu ex-assessor Fabrício Queiroz pagou grande parte de suas despesas pessoais, como explicou em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta quarta-feira (5).
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"Pode ser que, por acaso, enviei Queiroz para pagar uma conta minha. Pego meu dinheiro, dou para ele, ele vai ao banco e paga. Querer vincular isso a um tipo de esquema que tenho com Queiroz é como criminalizar qualquer secretário que pague uma conta bancária por seu chefe, não posso enviar ninguém para pagar minha conta no banco?", afirmou Flávio.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) investiga o senador por supostamente ter estabelecido um esquema de lavagem de dinheiro quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ). Queiroz ficaria encarregado de recolher parte do salário de outros seus assessores, dinheiro que iria para Flávio, numa prática que no Brasil é conhecida como "rachadinha" e que envolve desvio de dinheiro público.

As investigações descobriram que Queiroz pagou despesas privadas a Flávio, como seu seguro médico ou os pagamentos mensais da escola particular de suas filhas, e que na maioria dos casos ele o fez com dinheiro. Na entrevista, o senador observou que "não há ilegalidade", que leva uma vida simples e que conquistou todos os seus bens com seu trabalho como parlamentar, que realiza há quase 20 anos.

Em relação às pessoas que fizeram depósitos na conta de Queiroz, Flávio disse que talvez estivesse "um pouco relaxado" quando não prestou atenção nisso, porque delegou o suficiente, acrescentando que, se soubesse que isso estaria acontecendo, "nunca teria concordado".

Flávio Bolsonaro fala em 'perseguição', mas admite que Queiroz pagou suas despesas pessoais

Além disso, o senador considera que está sendo injustamente perseguido.

"O que o promotor quer fazer comigo e a projeção que isso tem na imprensa são desproporcionais, simplesmente porque eu sou filho do presidente. Se não fosse por isso, se você o negligenciar, eles teriam arquivado a investigação pelo princípio de insignificância", avaliou ele.

O senador também considera que na Operação Lava Jato existem "algumas pessoas" com interesses políticos e financeiros, e negou que a luta contra a corrupção tenha diminuído com a saída do governo do ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro, um dos líderes dessa operação.

Com relação à pandemia do novo coronavírus, o filho do presidente não acredita que seu pai tenha contribuído para agravá-la, minimizando a virulência da doença ou encorajando aglomerações de pessoas.

"Ele não falhou em sua parte para financiar e mediar o envio de muitos respiradores e equipamentos de proteção para estados e municípios. Isso não é para minimizar, mas o presidente não se inclina para o politicamente correto", pontuou.

O Brasil é o segundo país do mundo mais afetado pela pandemia, atrás apenas dos Estados Unidos. O país já acumula mais de 2,8 milhões de casos confirmados e, nos próximos dias, poderá chegar a 100 mil mortes.

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