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Pesquisadores do Ceará oferecem pele de tilápia para tratar feridos por queimaduras no Líbano

Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará ofereceram doar pele de tilápia para tratar feridos por queimaduras na explosão que atingiu o porto de Beirute, no Líbano. 
Sputnik

A instituição, em parceria com o Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), em Fortaleza, desenvolve estudo pioneiro sobre o uso da pele da espécie para tratamento de queimaduras. 

Os cientistas ofereceram 40 cm² de pele para o Líbano, o que poderia ajudar entre 50 e 100 pessoas. A liberação ainda depende de trâmites legais entre o país e o Brasil. 

A explosão no porto de Líbano, ocorrida na terça-feira (4), deixou mais de 150 pessoas mortas aproximadamente 5.000 feridas. Segundo as autoridades locais, a tragédia foi causada pela detonação de toneladas de nitrato de amônio armazenadas no local. 

Tilápia acelera cicatrização e diminui dor

"Devido a essa tragédia, fomos procurados por diversas pessoas, entre colegas médicos e cirurgiões plásticos, que sabem do nosso trabalho com a pele de tilápia em queimaduras. Verificamos imediatamente nosso estoque e vimos que tínhamos a disponibilidade para doar 400 peles, o que equivale a 40.000 centímetros quadrados", disse o presidente do Instituto de Apoio ao Queimado, Edmar Maciel, segundo publicado pelo portal UOL. 

A pesquisa no Ceará, iniciada há seis anos, demonstrou que a pele da tilápia é mais eficiente do que o uso de pomadas ou outros substitutos da pele em caso de queimaduras de 2º e 3º grau. O seu uso acelera o processo de cicatrização e diminui a dor do paciente. 

Alguns hospitais do Brasil vêm utilizando a técnica, que já beneficiou mais de 350 pessoas, segundo o portal UOL. No Rio de Janeiro, o tratamento é aplicado no Hospital Souza Aguiar. 

A pele de tilápia é rica em colágeno, resistente e elástica. A atadura cobre toda a ferida, vedando e aderindo à pele como se fosse uma cola, podendo permanecer no local por vários dias. Os riscos de infecção são menores e evita-se a perda de líquidos dos tecidos. 

No tratamento tradicional, curativos de gazes e pomadas devem ser trocados no máximo a cada três dias, processo que pode ser doloroso. O curativo com a pele de tilápia é trocado somente a cada 10 dias, reduzindo, além do sofrimento do paciente, o custo do tratamento em até 50%.

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