As informações são da revista Crusoé, que obteve acesso à quebra de sigilo bancário de Queiroz, autorizada pela Justiça como parte da investigação sobre esquema de corrupção no gabinete do filho de Bolsonaro quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro.
O Ministério Público do Rio de Janeiro acredita que o ex-assessor de Flávio comandava o esquema da rachadinha, quando parte dos salários de funcionários de um gabinete é devolvida para assessores ou políticos.
Em 2018, após a deflagração da operação Furna de Onça, quando as movimentações atípicas de Queiroz no gabinete de Flávio na Alerj foram divulgadas, foi revelado que o ex-assessor havia depositado um cheque de R$ 24.000 para Michelle Bolsonaro. Segundo o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), a movimentação atípica na conta de Queiroz somou R$ 1,2 milhões.
À época, o presidente disse que o depósito era parte do pagamento de um empréstimo de R$ 40.000 que ele tinha feito para Queiroz.
No entanto, segundo a revista Crusoé, houve mais 21 depósitos feitos pelo ex-assessor para a conta da primeira-dama. Em 2011, ela teria recebido três cheques de Queiroz, todos no valor de R$ 3.000. No ano seguinte, foram mais seis depósitos na mesma quantia. Em 2013, houve mais três cheques depositados no mesmo valor.
Movimentação acima de seus rendimentos
Em 2016, Michelle teria recebido R$ 36.000 em nove cheques de R$ 3.000. De acordo com a revista, os extratos de Queiroz não demonstram pagamentos de Bolsonaro a Queiroz, o que comprovaria o empréstimo citado pelo presidente.
Além disso, os extratos mostram uma movimentação muito acima de seus rendimentos como assessor na Alerj e policial militar. Entre 2007 e 2018, foram registrados créditos de R$ 6,2 milhões na sua conta. Desse valor, R$ 2 milhões são provenientes de 483 depósitos feitos por servidores do gabinete de Flávio, o que poderia comprovar o esquema de corrupção.