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'Sempre vai ter um pouco de risco', diz médico sobre retorno do Brasileirão

Partida disputada em estádio sem público entre Criciúma e Chapecoense pelas semifinais do Campeonato Catarinense
Programado para começar neste fim de semana, o Campeonato Brasileiro de futebol envolve 40 times e alguns riscos inevitáveis, mas existem condições para que seja realizado, disse médico à Sputnik Brasil.
Sputnik

Devido à pandemia do novo coronavírus, o início da competição tinha sido adiado. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no entanto, anunciou em julho que a estreia da série B acontecerá neste sábado (8), enquanto a série A terá início neste domingo (9). Os jogos não contarão com presença de público.

Alguns campeonatos estaduais já estavam acontecendo no país, mas o Brasileirão é um evento muito maior, com clubes de vários estados, nos quais os times precisam viajar e há muito mais possibilidade de contato entre as pessoas. 

O cardiologista e especialista em medicina esportiva Nabil Ghorayeb afirma que as "grandes companhias aéreas estão, de uma maneira bastante organizada, com toda a prevenção sanitária recomendável". No entanto, ele ressalta que é impossível evitar todos os riscos. 

"Isso quer dizer que não vai ter risco? Sempre vai ter um pouco de risco, mas as medidas são bastante claras e estão sendo seguidas, máscaras em todos, distância entre uma e outra pessoa, limpeza detalhada de tudo", disse o especialista, alertando que os banheiros das aeronaves são os locais com maior risco de contaminação e por isso devem ser evitados.
'Sempre vai ter um pouco de risco', diz médico sobre retorno do Brasileirão
'Sempre vai ter um pouco de risco', diz médico sobre retorno do Brasileirão

Em campo, 'não tem mais controle'

O cardiologista disse ainda que as medidas preventivas podem ser adotadas antes dos atletas entrarem em campo e a partida começar. Com a bola rolando, segundo ele, é mais difícil evitar uma possível contaminação. 

"A prevenção no esporte coletivo é muito relativa, é antes de entrar no campo. Depois que entrou para disputar, a gente não tem mais controle sobre contaminações. Espera-se que ninguém mais que esteja participando das provas esteja contaminado", afirmou. 

Mesmo assim, Ghorayeb acredita que os clubes e a CBF reúnem as condições necessárias para a realização do Brasileirão. 

"Em relação a recomeçar o campeonato, se forem seguidas todas as medidas sanitárias obrigatórias, podemos ter sim os jogos. É importante lembrar que o responsável é o departamento médico de cada clube, mas as ordens e a maneira de como isso deve ser feito são regras já estabelecidas. O que tem é que seguir as regras e todo mundo ser testado, com todos os cuidados", afirmou. 

Testes vão ter alto custo

O especialista citou algumas medidas realizadas pelos times, que podem custar caro em função dos testes realizados para a COVID-19, que serão pagos pela CBF. 

"Os clubes estão fazendo todas as medidas, questionários, avaliações com temperatura, os testes são feitos quase duas ou três vezes por semana. Isso é um exagero? Não, o problema é que tem alto custo, cada exame custa entre R$ 200 e R$ 300, então imagina fazer na equipe toda, em todas as pessoas que convivem naquele meio", disse. 

Mas o cardiologista, que já comandou o departamento médico de vários clubes, faz uma ressalva. 

"O que se deve fazer é seguir as recomendações oficiais, não das fake news".
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