O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo, pediu para as autoridades seguirem a "fé" e a "ciência", e lembrou que todas as vítimas tinham "um nome, uma profissão, projetos e sonhos".
"São 100 mil vidas que certamente deixaram sua marca no mundo e na vida de outras pessoas. São filhas e filhos que não mais estarão com seus pais no dia especial de amanhã. São pais que não terão o que festejar neste domingo", disse o magistrado por meio de uma comunicado, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
No Congresso, o luto será de quatro dias, enquanto no STF a homenagem durará três dias.
Segundo os dados do consórcio de veículos de imprensa criado para acompanhar a evolução da COVID-19, o Brasil chegou neste sábado (8) a 100.240 mortes por COVID-19 e a quase 3.000.000 de casos da doença. A primeira morte por COVID-19 no país foi registrada no dia 12 de março deste ano. O consórcio utiliza dados coletados junto às Secretarias de Saúde dos estados. Os dados oficiais do Ministério da Saúde são divulgados um pouco mais tarde.
Por meio do Twitter, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a marca era "absurda" e que não "podemos ficar anestesiados e tratar com naturalidade esses números".
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que hoje era "um dos dias mais tristes da história recente" do país.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, afirmou que a "doença foi desprezada por quem deveria cuidar do povo". O petista recordou o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter chamado a COVID-19 de "gripezinha".
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro lamentou as mortes e afirmou que não era possível se "conformar".
O ex-candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes, acusou o governo de promover um "genocídio".
Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL para a prefeitura de São Paulo, afirmou que o governo não tinha "plano para a crise" e nem ministro da Saúde.
O deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PSL-RJ), por sua vez, criticou a "esquerda" por culpar o presidente pelas mortes. Segundo ele, governadores e prefeitos fizeram lockdown em todo país, quebrando a economia e sem salvar vidas.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, não comentou a marca. O governo não informou se pretende decretar luto. Na quinta-feira (6), ao comentar a crise do coronavírus, o chefe de Estado disse que lamentava as mortes, mas era preciso "tocar a vida".