O navio MV Rhosus, que carregava nitrato de amônio, esteve durante muito tempo atracado no porto de Beirute, Líbano, perto de onde ocorreu a explosão na terça-feira (4), informa o jornal The New York Times.
Segundo o relato, em setembro de 2013 o navio partiu de Batumi, Geórgia, carregando 2.750 toneladas de nitrato de amônio, com destino a Moçambique, mas o então capitão do navio, Boris Prokoshev, obteve ordens de receber mais carga em Beirute de forma a vendê-la, para poder pagar a travessia do canal de Suez.
O MV Rhosus foi inspecionado na doca da capital libanesa, de onde foi impedido de zarpar, com a tripulação proibida de sair do navio. Só quase um ano mais tarde, em agosto de 2014, os marinheiros foram liberados.
Fotos desse mesmo ano revelam que tinha a bordo sacos de nitrato de amônio, que correspondem às fotos posteriores da mesma substância guardada no armazém, para onde a carga teria sido transportada, perto do local onde o navio ficou atracado.
O próprio navio, segundo relatou Prokoshev, se afundou em 2015 ou 2016, mas, de acordo com a investigação do diário, após a descarga, o MV Rhosus foi deslocado para outro lado do cais, a 300 metros do armazém.
O navio de carga Rhosus trouxe 2.750 sacos de nitrato de amónio para o porto de Beirute em 2013. Acompanhei o que aconteceu a seguir. A história termina com uma explosão maciça, e um navio escondido.
Em 2018, o navio começou se afundando e, pouco depois, ficou totalmente submerso, como demonstram imagens multiespectrais que podem penetrar na água e revelar melhor os objetos e características submersas.