'Não terão sucesso': ministro alemão alerta EUA após ameaça de sanção por gasoduto russo

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, alertou os Estados Unidos para não interferirem na conclusão do projeto do gasoduto Nord Stream 2, liderado pela Rússia, enfatizando que a Europa tem o direito de escolher suas próprias fontes de energia.
Sputnik
"Sanções entre parceiros são definitivamente o caminho errado a seguir", disse Maas durante uma coletiva de imprensa conjunta com seu homólogo russo Sergei Lavrov em Moscou, acrescentando que qualquer tentativa de impedir a conclusão do oleoduto seria uma violação da soberania de seu país.

"Em última análise, continua sendo nossa decisão soberana de onde obtemos nossa energia. Nenhum país tem o direito de ditar a política energética da Europa com ameaças. Isso não terá sucesso", completou o ministro alemão.

Na segunda-feira (10), Maas afirmou ter expressado seu "descontentamento" ao secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, depois que legisladores estadunidenses ameaçaram "esmagar com sanções legais e econômicas" contra uma empresa alemã envolvida na iniciativa de energia.

A mídia alemã noticiou no mês passado que o Departamento de Estado dos EUA, o Departamento do Tesouro e o Departamento de Energia alertaram os empreiteiros europeus sobre as consequências potenciais da participação na construção do gasoduto.

'Não terão sucesso': ministro alemão alerta EUA após ameaça de sanção por gasoduto russo

Washington tem falado abertamente sobre sua feroz oposição ao Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), que foi temporariamente interrompido no ano passado depois que os EUA ameaçaram com sanções os navios envolvidos no projeto.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reclamou recentemente que a Alemanha estava sendo ingrata ao buscar acordos de energia com a Rússia.

"A Alemanha paga à Rússia bilhões de dólares por ano pela energia, e devemos proteger a Alemanha da Rússia. O que é isso?", escreveu ele no Twitter.

O gasoduto de US$ 11 bilhões (R$ 59,7 bilhões), de propriedade da empresa russa Gazprom, dobrará a quantidade de gás natural russo transportado para a Alemanha. Moscou denunciou a postura de Washington como concorrência desleal e prometeu desenvolver uma nova estratégia para completar o gasoduto se os EUA avançarem com as sanções.

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