A afirmação foi feita pela coordenadora dos estudos da vacina no país, a professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Lily Yin Weckx. A situação emergencial em função da pandemia do novo coronavírus aceleraria o processo, que, seguindo o ritmo normal, terminaria em meados de 2021.
Os estudos da vacina de Oxford (Reino Unido) estão na fase três, quando sua eficácia é testada em humanos, considerado o último estágio antes da liberação para uso.
"Qual a nossa perspectiva? Se formos seguir todos os passos de desenvolvimento da pesquisa, o estudo vai terminar em junho do ano que vem. Mas, o que se espera é que, como temos vários centros estudando, com um grande número de pessoas sendo avaliadas, é que possamos fazer uma análise interina dos dados. Se essa análise mostrar que o resultado é muito positivo, é possível conseguir o licenciamento para uso emergencial", disse a média durante o I Congresso WebHall da Escola Paulista de Medicina, segundo o jornal O Globo.
Quanto mais vacinas, melhor
No Brasil, pelo menos 5.000 voluntários da área de saúde participam dos testes. Além das doses que estão sendo produzidas em Oxford, o Brasil também participa de testes de outras quatro vacinas, incluindo a desenvolvida pela chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan.
Já o estado do Paraná assinou acordo com o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo) para a produção da vacina Sputnik V.
Segundo a pesquisadora da Unifesp, é positivo que várias vacinas se mostrem eficientes e possam ser fabricadas.
"O nosso estudo está indo muito bem e pretendemos que, em breve, possamos ter dados de eficácia da vacina. E essa corrida não é para ver quem vai chegar primeiro: é uma corrida contra o vírus. Para atender a humanidade, precisaremos de mais uma vacina, para assegurar que ela seja acessível para todos e não apenas para os países mais ricos", disse Lily Yin Weckx.