De acordo com o Banco Central, a economia do Brasil registrou queda de 10,94% no segundo trimestre de 2020 na comparação com o trimestre anterior. O dado, do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é considerado uma prévia do PIB.
Os dados definitivos do PIB no segundo trimestre de 2020 ainda serão divulgados pelo IBGE em setembro.
A situação negativa da economia brasileira, todavia, está longe de ser uma exceção. Com a pandemia de COVID-19 e as medidas de distanciamento social, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia global deve cair 4,9% em 2020 na comparação com 2019.
Ainda assim, o Brasil deve ser mais impactado do que a média global prevista pelo FMI. O organismo internacional acredita que o PIB brasileiro encolherá 9,1% em 2020 na comparação com 2019.
Para o economista e professor universitário Alexandre Cabral, apesar do cenário de retração, empresas que pensam em "médio e longo prazo" vivem um "momento perfeito" para investir.
"Apesar do momento de corona, ou devido ao momento de corona, está um excelente momento para investimentos de longo prazo pensando em empresas. Por quê? Devido à crise, a mão de obra está mais barata; devido à crise, terrenos estão mais baratos; devido à crise, você consegue fazer investimentos com custos menores do que você faz em um momento de auge", diz Cabral à Sputnik Brasil.
A multinacional Nestlé anunciou que pretende aumentar seu investimento no Brasil em 40% em 2020, quando comparado com as cifras investidas em 2019. Serão R$ 763 milhões transformados em novas linhas de produção, afirma reportagem do UOL.
"Os investimentos externos podem ajudar a não cair tanto [o PIB]. Já é um ano perdido, a economia deve cair 5%, 6% esse ano. Os investimentos externos podem ajudar para que não caia 7%, 8%. Todo investimento nesse momento é muito bem-vindo", diz Cabral.
Ainda assim, o economista avalia que é "complexo" falar na retomada de empregos já que o aumento de pessoas com carteira assinada depende de outros fatores além dos investimentos. O Brasil tem 12,3 milhões de pessoas desempregadas.