Desde a reforma, o número de trabalhadores associados a sindicatos teve queda de 21,7%, o que significa 2.900.000 indivíduos. Em 2018, o Brasil registrou a maior número de trabalhadores (1.500.000) cancelando a adesão a alguma entidade de classe. Em 2017, esse número foi de 432.000.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (26).
"Tudo leva a crer que [a queda do número de sindicalizados] se acentuou com a reforma trabalhista", disse a gerente da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy, segundo o portal G1.
Queda vem ocorrendo desde 2014
Apesar disso, o fenômeno de queda nas sindicalizações pode ser percebido desde 2014. De acordo com o IBGE, de 2012 até 2019, o número de trabalhadores que cancelou a adesão a uma entidade de classe foi de 3.800.000.
"A maior queda [do contingente de sindicalizados] foi em 2018. Em 2019 houve uma suavização da perda, mas ela ainda persistiu", acrescentou Beringuy.
Em 2019, das 94.600.00 pessoas ocupadas no país, apenas 11,2%, ou 10.600.000, eram associadas a sindicatos. Trata-se da menor taxa de sindicalização no país desde início da série histórica, em 2012, quando o índice era de 14.400.000.
Aumento da ocupação não aumentou sindicalização
"Há uma tendência de recuperação da população ocupada, mas a sindicalização, pelo contrário, vem perdendo contingente. Isso nos leva a crer que, ainda que tenha havido expansão do número de ocupados, ela não foi suficiente para reverter a tendência de queda da sindicalização", disse a pesquisadora.
Até a entrada em vigor da reforma, todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, eram obrigados a pagar anualmente uma contribuição ao sindicato de sua respectiva categoria profissional. Com a reforma, essa obrigatoriedade foi extinta. Segundo o IBGE, a medida por ter influenciado na queda das taxas.