Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28), em boletim do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad COVID-19) referente à semana de 2 a 8 de agosto.
Segundo a Carta de Conjuntura do Ipea, apesar da baixa reação do mercado de trabalho, a estabilidade nos índices pode apontar que houve uma interrupção na tendência de queda, registrada desde março.
A taxa de desocupação foi de 13,3% na semana de referência, próxima da média de julho, de 13,1%. O nível da ocupação também apresentou estabilidade em relação ao mês anterior, situando-se em 47,9%, nível idêntico à média de julho.
"O nível de ocupação costuma reagir aos movimentos do nível de atividade de forma defasada. Assim, o recuo da população ocupada observado em junho e julho teria refletido a forte retração da atividade econômica observada no início da pandemia, e sua estabilidade no período mais recente já poderia ser interpretada como reflexo da melhora dos indicadores econômicos a partir de maio", disseram os técnicos do Ipea, citados pela Agência Brasil.
Segundo eles, se não houver piora das condições sanitárias associadas à pandemia, "seria razoável esperar que o nível de ocupação passasse a recuperar-se gradualmente nos próximos meses".
No entanto, os efeitos adversos da crise no mercado de trabalho, de acordo com o Ipea, tendem a persistir durante algum tempo.
"Em particular, é razoável imaginar que, nos próximos meses, a taxa de desocupação se mantenha em um patamar elevado, podendo até vir a oscilar para cima, pressionada pelo movimento de retorno à força de trabalho de uma parcela de trabalhadores que, amparada pelo recebimento do auxílio emergencial, deixou de procurar emprego por conta da crise e do distanciamento social", destacou o instituto na Carta de Conjuntura.