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Policiais brasileiros são investigados por assassinato de indígenas bolivianos na fronteira

Policiais de Mato Grosso estão sendo investigados pelo assassinato, em 11 de agosto, de quatro indígenas da Bolívia, do povo Chiquitano, que caçavam na fronteira entre o Brasil e país andino. 
Sputnik

Familiares dos indígenas organizaram um protesto na cidade boliviana de San Matías pedindo esclarecimentos sobre o caso e a prisão dos policiais, que integram o Grupo Especial de Fronteira (Gefron).

À época do crime, os agentes disseram que os indígenas estavam armados e tinham atirado contra eles após serem orientados a parar. Nenhuma droga foi apreendida com os indígenas, mas armas foram encontradas com o grupo. Os indígenas foram levados ainda vivos para um hospital em Cáceres, no Mato Grosso, mas não resistiram aos ferimentos. 

A imprensa boliviana publicou fotos de animais que teriam sido caçados pelo grupo. Familiares dos indígenas afirmam que o grupo foi cercado quando retornava de uma caçada, carregando carnes já secas de porcos do mato nas mochilas. Os indígenas teriam então se assustado com a presença dos agentes. 

Comitiva foi até a Bolívia investigar morte

O crime está sendo investigado por autoridades dos dois países. Famílias das vítimas denunciaram que os corpos dos indígenas tinham sinais de tortura. Os exames nos corpos ainda não foram concluídos. 

Na quarta-feira (2), uma comitiva de autoridades brasileiras e representantes de associações indígenas, incluindo agentes da Ouvidoria Geral da Polícia, saiu de Mato Grosso até San Matías para apurar as circunstâncias da morte dos indígenas. 

Os indígenas da etnia Chiquitano ocupam território entre os dois países, nos municípios de Cáceres e San Matías, do lado boliviano.

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