Presidente deposto do Mali é evacuado do país e transição tem início

O presidente deposto do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, deixou neste sábado (5) o país para tratamento médico em Abu Dhabi, enquanto as conversas de transição se iniciaram. 
Sputnik

Após militares derrubarem o chefe de Estado e o mandarem para a prisão, a expectativa é de que as negociações levem ao retorno de um governo civil. 

Keita foi hospitalizado na capital malinesa, Bamaco, seis dias após ser libertado pela junta que tomou o poder no dia 18 de agosto. Não se sabe exatamente o problema de saúde que ele enfrenta, apenas que retirou um tumor do pescoço em 2016. 

A saída dele da prisão foi um dos passos para o início da transição no país. O ex-chefe de gabinete de Keita, Mamadou Camara, informou à agência Reuters que o presidente deposto tinha deixado o país em um avião fretado pelos Emirados Árabes Unidos a pedido da junta, que se denomina Comitê Nacional para a Salvação do Povo.

"É uma visita médica entre aproximadamente dez a 15 dias", afirmou Camara. 

Inicialmente, líderes da África Ocidental pediram o retorno de Keita ao poder. Depois, cederam e exigiram a convocação de novas eleições dentro de um ano, algo que a junta ainda não se comprometeu a fazer. 

Os diálogos para a transição de poder começaram neste sábado (5) com a participação de centenas de representantes da junta, partidos locais e da sociedade civil. As conversas rapidamente deram lugar aos protestos, com um grupo que apoiava a saída de Keita do poder criticando os militares por os excluírem das negociações mais importantes.

Explosão mata 2 militares franceses

Em um episódio separado ocorrido neste sábado (5), dois militares franceses morreram no Mali, na região de Tessalit, após a detonação de um explosivo que destruiu o veículo em que estavam. Um terceiro soldado ficou ferido. 

Os militares faziam parte de operação francesa que combate o extremismo islâmico no país. O presidente da França, Emmanuel Macron, saudou a "coragem e determinação dos militares" que atuam no local, e pediu uma "transição política para os civis" no Mali. 

Líderes internacionais temem que a derrubada de Keita desestabilize o país e enfraqueça a luta contra o terrorismo na região do Sahel. 

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