Em agosto, a economia do país registrou um aumento de 18,7% no volume de investimento estrangeiro direto (IED), que somou 84,1 bilhões de yuanes (R$ 65,5 bilhões), segundo informou o Ministério do Comércio da China, citado pela agência Xinhua. Enquanto o mundo continuava envolvido na luta contra a pandemia, os investidores canalizavam dinheiro para o país asiático durante cinco meses consecutivos.
O ministério indicou que, entre janeiro e agosto, o nível de investimento estrangeiro direto subiu 2,6%, atingindo a marca de 619,78 bilhões de yuanes (R$ 482,4 bilhões), superando assim o nível de 2019.
O maior crescimento foi registrado no setor da alta tecnologia (28,2%), enquanto o setor terciário, que abrange o comércio e serviços, teve um acréscimo de 12,1% em comparação com o ano passado. Pequim já anunciou a implementação de mecanismos para incentivar o interesse dos investidores na capital do país (e na China em geral), ao facilitar fluxos financeiros internacionais, bem como através da simplificação do regulamento de investimento estrangeiro no setor das telecomunicações.
"Os investidores estrangeiros expressaram um desejo forte de entrar no setor das telecomunicações. O projeto permitirá às empresas estrangeiras investir em redes privadas virtuais [VPN, na sigla em inglês], com a participação estrangeira podendo ir até 50%. Empresas internacionais de telecomunicações podem estabelecer joint ventures para fornecer tais serviços para empresas estrangeiras em Pequim", disse Wang Shouwen, vice-ministro do Comércio, citado pelo portal CGTN, sobre o plano para tornar Pequim uma "zona de demonstração nacional abrangente", que seja um exemplo para o resto do país no setor de serviços até 2030.
Essas notícias aparecem após a realização da Feira Internacional de Investimento e Comércio da China e da Conferência Belt and Road (CIFIT 2019 BRIC, na sigla em inglês), em que foram assinados contratos avaliados em 800 bilhões de yuanes (R$ 622,7 bilhões) entre a China e companhias estrangeiras.
Em 2018, as relações entre a China e os EUA foram interrompidas pela guerra comercial, que prosseguiu mesmo após a assinatura de um acordo comercial entre os dois países (fase um). Os EUA tentam limitar os laços entre as empresas norte-americanas e chinesas ao impor taxas à importação de mercadorias da China e ao proibir a cooperação com a gigante chinesa Huawei. Recentemente, o governo dos Estados Unidos prometeu excluir de licitações para contratos federais as empresas que externalizem a produção na China e a dar maiores créditos fiscais às empresas que transfiram suas operações da China para solo americano.