Enquanto testes clínicos são feitos com a segunda vacina russa contra a COVID-19, desenvolvida pelo Centro Estatal de Pesquisa de Virologia e Biotecnologia Vektor, em Novossibirsk, a instituição afirmou que o medicamento não cria imunidade para toda a vida.
"A vacina não cria imunidade por toda vida. E isso é bom [porque] não levamos conosco nenhuma mudança no corpo por toda a vida", , declarou Aleksandr Ryzhikov, representante do Centro Vektor, em transmissão no Instagram.
Contudo, o prazo mínimo do efeito protetor da vacina foi anunciado.
"Nós podemos dizer no momento atual que a imunidade é suficientemente formada para, no mínimo, seis meses", disse.
Testes clínicos concluídos
Nos esforços de combater a COVID-19, o Centro Vektor concluiu os testes clínicos de primeira fase de sua vacina, segundo afirmou o representante.
Os testes apresentaram bons resultados e êxito no desenvolvimento da vacina.
"A vacina cria resposta imunológica pontual [...] No momento atual nós podemos ficar tranquilos. Eu acho que no futuro mais afastado esta vacina vai reagir de maneira bastante estável às mutações do vírus", acrescentou Ryzhikov.
"Estamos preparando os resultados dos testes clínicos para publicação. Mas, naturalmente, queremos proteger nossos resultados do uso ilegal, por isso, antes de tudo, nós nos focamos no preparo das patentes da vacina. Será possível ler sobre os primeiros resultados nos próximos meses, em publicações científicas tanto nacionais quanto estrangeiras", acrescentou Ryzhikov.
O Serviço Federal de Defesa dos Direitos dos Consumidores e Bem-Estar Humano da Rússia (Rospotrebnadzor) detalhou durante uma transmissão em seu canal oficial no Instagram o processo e as perspectivas envolvendo os testes clínicos da vacina.
"A segurança da vacina é pesquisada durante os estudos pré-clínicos, analisamos sua ação em aproximadamente 1.500 diferentes animais. Estes incluíram ratos, ratazanas, porquinhos-da-Índia, coelhos, hamsters, furões e primatas não antropoides. Depois a segurança da vacina é verificada em sua primeira fase de testes clínicos. Essas análises já foram concluídas e mostram que nossa vacina é totalmente segura", afirmou durante uma transmissão ao vivo no Instagram.
"Na terceira fase, onde a eficácia da vacina será estudada, serão convidados para pesquisa pelo menos três mil voluntários", concluiu.
No início de agosto, a Rússia registrou a vacina Sputnik V, que se tornou a primeira vacina contra a COVID-19 a obter registro no mundo.
A Sputnik V foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya em cooperação com o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo).