O chanceler participou de uma sessão da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, para explicar a visita de Pompeo.
"Foi dito, e talvez seja uma das críticas principais à visita do secretário Mike Pompeo, que ela foi uma plataforma eleitoral para as eleições de novembro nos EUA. Bem, não é assim. Um dos elementos que mostra que não é assim é que existe nos Estados Unidos uma grande convergência entre republicanos e democratas sobre a situação na Venezuela", disse Araújo.
Para o ministro, citado pelo portal G1, "tudo indica" que uma eventual vitória do democrata Joe Biden nas eleições de novembro não mudará a posição dos EUA em relação à Venezuela e ao governo de Nicolás Maduro.
"Não faz muito sentido pensar nisso como uma plataforma eleitoral, já que não há diferença substantiva entre posição de republicanos e democratas em relação à Venezuela. Ou seja, tudo indica que, se houver uma vitória democrata nas eleições de novembro, a atitude norte-americana para a Venezuela continuará exatamente a mesma", justificou Araújo.
Ao ser perguntado pelo senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), Araújo disse que uma eventual vitória de Biden não trará mudanças nas relações entre Brasil e EUA.
"Não é fato que a proximidade do Brasil seja com Trump, e não com os EUA. Isso é uma interpretação, um direito da senhora, mas é ao contrário. Tudo o que estamos fazendo com os EUA tenho certeza que é de interesse permanente para os dois países. Um governo democrata, provavelmente, manteria esse mesmo enfoque, a menos que queiram trabalhar contra os seus próprios interesses, que tenho certeza que não seria o caso", completou.
A visita de Pompeo foi alvo de críticas de parlamentares, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que afirmou que a conduta do governo brasileiro não "condiz com a boa prática diplomática internacional" e afronta as políticas brasileiras externa e de defesa.