Além disso, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, cerca de 4,2 milhões de domicílios tiveram como única fonte de renda em agosto o benefício de R$ 600.
A região com maior proporção de lares que dependeram exclusivamente do auxílio foi o Nordeste. No Piauí e Bahia, por exemplo, mais de 13% das famílias tiveram o benefício como única fonte de renda em agosto.
Se entre os mais pobres houve um incremento da renda, para as pessoas que permaneceram trabalhando, em agosto o benefício cobriu apenas 41% da perda salarial provocada pela crise do coronavírus e econômica.
Renda sobe de R$ 12,47 para R$ 349,48
O Ipea constatou ainda uma leve melhora na renda média da população no mês de agosto em relação a julho.
Segundo levantamento do IBGE publicado na semana passada, sem o auxílio, em cerca de 6,6 milhões de domicílios a média da renda per capita, ou seja, por pessoa, teria sido de R$ 12,47 sem o auxílio. Com o benefício, no entanto, essa renda saltou para R$ 349,48 – alta de 2.703%.
Após ser pago por cinco meses, o auxílio foi cortado pela metade, para R$ 300, e estendido até o final do ano. Na segunda-feira (28), o governo anunciou sua proposta do Renda Cidadã, programa que vai substituir o Bolsa Família e que deve beneficiar parte da população que estava recebendo o benefício.
Bolsonaro: 'Não pode ser para sempre'
A meta do governo é utilizar verbas de precatórios e do Fundeb para custear o projeto, o que gerou críticas de diversos setores da sociedade.
Nesta terça-feira (29), por meio de redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro culpou o isolamento social para conter a pandemia da COVID-19 pelos problemas econômicos do país, e disse que o auxílio "não pode ser para sempre".