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Exclusão da Venezuela: especialista diz que 'não é justo' o predomínio da política sobre saúde

O governo de Nicolás Maduro foi rejeitado pelos EUA, Brasil e mais 11 países para participar do conselho diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Sputnik

A objeção dos Estados Unidos, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Peru e Paraguai, para a participação da Venezuela está ligado ao questionamento da legitimidade do governo de Maduro por parte destes países.

Por outro lado, Venezuela e Cuba rejeitaram categoricamente o argumento no início do 58º Conselho Diretor da Opas, que acontece esta semana em formato virtual.

O professor de História da UERJ, Rafael Araújo, em entrevista à Sputnik Brasil, declarou que seria justo que a Venezuela, que vive uma crise econômica, sanitária e política, tivesse a participação no foro coletivo de debate reconhecida.

"Não é justo que questões políticas predominem sobre questões sanitárias. A participação da Venezuela na Opas deveria ser reconhecida não como um fator de alinhamento ideológico, seja do Brasil ou EUA, ou qualquer país latino-americano, mas porque nesse momento o mundo enfrenta o combate à pandemia que assola a América Latina", afirmou.

O especialista fez uma ressalva que, por conta de todos os problemas da divulgação de informações do regime de Nicolás Maduro, "a gente não sabe o efeito da pandemia dentro da Venezuela", mas afirmou que "certamente o número de atingidos pela COVID-19 não difere muito da grande maioria dos países latino-americanos".

De acordo com Rafael Araújo, a pandemia do novo coronavírus vai estrapolar a questão sanitária e atingir fortemente a economia dos países latino-americanos.

"A economia latino-americana vai retroceder em torno de 8% em 2020, então a gente tem um prognóstico terrível para a América Latina e a valorização de espaços coletivos de debate deveria ser a tônica nesse momento", destacou.

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