Duas empresas japonesas, o conglomerado tecnológico Sony e a fabricante de chips de memória Kioxia, solicitaram a aprovação dos EUA para fornecer componentes à gigante tecnológica chinesa Huawei, em uma tentativa de contornar a proibição existente, revelou o jornal Nikkei Asian Review.
A Sony e a Kioxia não são as únicas empresas que estão dispostas a continuar seu comércio com a Huawei, já que a Samsung Electronics e a empresa de semicondutores SK Hynix da Coreia do Sul também o solicitaram, mas ainda não receberam luz verde do Departamento de Comércio dos EUA.
A aprovação é necessária se as empresas quiserem continuar usando software norte-americano, já que Washington proibiu qualquer empresa que utilize tecnologia baseada nos EUA de vender chips para a Huawei ou qualquer uma de suas afiliadas.
A agência S&P Global Ratings revelou em julho que as empresas tecnológicas da Ásia-Pacífico que realizam negócios com a Huawei estavam arriscando perder cerca de US$ 25 bilhões (R$ 142,1 bilhões) em receita devido a essas restrições introduzidas pelos EUA. As empresas em questão incluem a Corporação Internacional de Fabricação de Semicondutores (SMIC, na sigla em inglês) e a Corporação de Fabricação de Semicondutores de Taiwan (TSMC, na sigla em inglês).
A Sony e a Kioxia, que são fornecedoras vitais de componentes tecnológicos 5G, também têm muito a perder. Segundo estimativas, a Huawei continua sendo a segunda maior compradora de sensores de imagem da Sony depois da Apple, sendo responsável por cerca de um quinto dos US$ 9,5 bilhões (R$ 54 bilhões) de vendas da empresa neste setor.
Em agosto, a Sony previu que seu lucro no setor de sensores de imagem deverá cair 45% no ano financeiro que termina em março de 2021, devido a uma queda nas vendas de smartphones durante a pandemia do coronavírus. O ataque da administração Trump à Huawei também não ajuda a gigante japonesa a recuperar seus lucros.
Recentemente, a empresa de semicondutores Intel, sediada na Califórnia, EUA, revelou que havia conseguido obter licenças do governo norte-americano, em uma licitação para fornecer à Huawei certos produtos.
Os EUA iniciaram sua investida contra a gigante chinesa Huawei em 2019, acusando a empresa de atividades de espionagem e vulnerabilidades de introdução deliberada em seus equipamentos, algo fortemente negado pelos funcionários da Huawei. Em maio de 2019, a empresa foi incluída na lista negra da realização de negócios com empresas norte-americanas.