Renuncia o primeiro-ministro do Quirguistão

O premiê do Quirguistão, Kubatbek Boronov, apresentou hoje (6) sua renúncia em meio aos distúrbios pós-eleitorais, informou o novo líder do Parlamento do país, Myktybek Abdyldaev.
Sputnik

Com a saída de Boronov, o opositor Sadyr Zhaparov, que foi libertado recentemente da prisão, será seu substituto no cargo.

"Em uma reunião extraordinária do Parlamento, tomou-se a decisão de nomear Sadyr Zhaparov como chefe de governo", comunicou à Sputnik a assessoria de imprensa do Parlamento da República do Quirguistão.

Nesta terça-feira (6), também renunciaram os governadores de quatro regiões e outros funcionários do país, assim como o prefeito da capital Bishkek, Aziz Surakmatov, e o presidente do Parlamento, Dastanbek Dzhumabekov, que foi substituído por Abdyldaev.

No domingo (4), o Quirguistão realizou eleições legislativas nas quais, de acordo com os resultados preliminares, os partidos pró-governamentais Birimdik e Mekenim Quirguistão obtiveram a maioria das cadeiras no parlamento, com 24,52% e 23,89% dos votos, respectivamente.

Ontem (5), milhares de simpatizantes dos partidos de oposição que não superaram 7% dos votos, o mínimo necessário para entrar no Parlamento, lotaram as ruas de Bishkek para denunciar irregularidades na votação e exigir a repetição do pleito.

Os protestos, no entanto, resultaram em enfrentamentos com as forças de segurança. Segundo o Ministério da Saúde do Quirguistão, pelo menos uma pessoa morreu e cerca de 700 ficaram feridas nos distúrbios.

Na noite de ontem (5), os manifestantes ocuparam vários edifícios da administração pública, entre eles as sedes do Parlamento, do governo e da prefeitura de Bishkek. Além disso, fizeram com que o Comitê Estatal de Segurança Nacional libertasse vários políticos presos, entre eles o ex-presidente Almazbek Atambaev e o ex-primeiro-ministro Sapar Isakov. 

O presidente Sooronbai Zheenbekov denunciou hoje (6) uma tentativa violenta de tomada de poder e exigiu o fim dos distúrbios. Também deixou claro que deu ordens às forças de segurança para não efetuar disparos contra os manifestantes e evitar um derramamento de sangue.

A Comissão Eleitoral Central, por sua vez, anulou os resultados das eleições legislativas e se comprometeu a convocar um novo pleito em duas semanas.

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