Forçar o enxugamento do prejuízo não foi o único motivo para o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o comitê organizador de Tóquio 2020 se debruçarem sobre o problema e pensarem em medidas de simplificação da competição.
A ideia era também aumentar a segurança da chamada "família olímpica" (atletas, juízes, dirigentes e, claro, o público) por causa da pandemia da COVID-19. Menos gente, menos cerimônias, menos tempo de exposição de locais e, assim, menos exposição ao vírus.
O número de autoridades e dirigentes das delegações vai cair entre 10% e 15%. O centro de imprensa funcionará oito dias a menos. Haverá uma diminuição de espaço na ordem de 14%. E até o simbólico revezamento da tocha será revisto. No total, 50 medidas. E uma economia de 280 milhões de dólares, o equivalente a 1,6 bilhão de reais.
O COI elogiou as ações japonesas. Seu presidente, o alemão Thomas Bach, as definiu assim: "Encorajadoras, precisas e excelentes, um grande progresso para fazer com que estes Jogos Olímpicos estejam prontos para um mundo pós-coronavírus".
A pandemia veio em péssima hora para o COI. Os escalantes custos na organização das últimas Olimpíadas provocaram até cancelamentos de candidaturas. Boston e Roma desistiram de tentar receber os Jogos de 2024. Estocolmo e Munique fizeram o mesmo para as Olimpíadas de Inverno de 2022.
A redução dos custos para os Jogos de Tóquio tornou-se, então, uma exigência tanto do COI como do comitê organizador. O orçamento inicial de 12 bilhões de dólares inflacionou em mais 800 milhões por causa do adiamento do evento.
Para efeito de comparação, a Rio 2016 custou 13,2 bilhões de dólares, cerca de 42 bilhões de reais em valores de junho 2017 (última atualização).